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Trabalhar no exterior: quais são as vantagens e desvantagens?

Conheça histórias de pessoas que tomaram esse caminho e que cuidados ter

Elck Oliveira
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Crise econômica, desemprego alto, falta de segurança e de serviços públicos de qualidade são alguns dos fatores que levam milhares de pessoas, todos os anos, a deixar o Brasil, para trabalhar e morar fora. Isso, é claro, sem falar no intenso desejo de conhecer outras culturas e viver rotinas diferentes daquelas a que estamos acostumados no nosso País. No entanto, fazer uma mudança tão drástica exige bastante cuidados, para que o sonho não se torne um pesadelo e tudo o que foi planejado não vá por água abaixo.  

O especialista em Recursos Humanos John Pablo Pinheiro, 34 anos, diz que o mundo, hoje, é muito mais dinâmico e acessível e que os novos processos de comunicação e tecnologia facilitaram a visualização de outros mercados de trabalho, para além das fronteiras do País. “Então, toda essa informação acaba gerando uma ambição no profissional de hoje, para ele deseje não estar somente em sua cidade local e nem mesmo no Brasil. Ele já começa a vislumbrar outros mercados, outros campos a explorar, tanto no que se refere à sua área de conhecimento, quanto em relação a outras áreas que, de repente, naquele país de interesse sejam mais valorizadas”, explica. “Há alguns anos existia o paradigma de que era impossível sair do país, que era impossível trilhar em uma carreira internacional, mas isso hoje não existe mais. A mentalidade é totalmente diferente”, completa. 

John também alerta para os cuidados que os profissionais precisam ter antes de embarcar em uma mudança tão radical. Se tiver a proposta de uma empresa, por exemplo, é preciso verificar a seriedade dessa companhia, além dos seus direitos e deveres. “É preciso, por exemplo, pesquisar o CNPJ, os projetos desenvolvidos, os serviços, a cultura da empresa, onde essa organização está localizada e o que esse profissional vai fazer nessa empresa, além, é claro, de quais serão as suas atribuições, direitos, deveres, remuneração, entre outras coisas. Tudo isso é muito importante para o profissional entender antes dele sair do seu país de origem”, pontua.

Para o especialista, com alguns cuidados tomados, a experiência de uma carreira internacional, ainda que temporária, pode valer muito a pena. “Esse profissional vai ter uma experiência em um outro país totalmente diferente do seu. Vai evoluir e vai aprender muito. Aprender, por exemplo, a conviver com pessoas diferentes que vão se comunicar com outro idioma. É por isso que antes do profissional pensar em uma carreira no exterior ele precisa saber, no mínimo, inglês ou espanhol, que são os idiomas mais populares, mais falados no mundo”, acredita. 

O paraense Wellington Igor Lisboa Barros, de 42 anos, está há mais de quatro anos morando com a família e trabalhando na cidade do Porto, em Portugal. Ele conta que a esposa é de família portuguesa e o chamou para conhecer o País há algum tempo. Eles foram a passeio e Wellington se encantou pelo lugar. Decidiu se mudar para lá com a família e logo que chegou começou a procurar emprego. “Quando cheguei, comecei a estudar o ramo de transporte por aplicativo e descobri que aqui, para atuar, a gente precisa abrir uma empresa para poder colocar os carros na plataforma. Foi o que eu fiz e, graças a Deus, hoje eu consigo garantir o sustento da minha família através desse trabalho”, relata. 

Wellington diz que, entre os motivos que o levaram a escolher viver fora do Brasil, estão a segurança, a educação e saúde públicas e de qualidade. “Eu tenho dois filhos e o meu filho mais velho, de nove anos, para você ter ideia, estuda em uma escola pública próxima da minha casa. Lá, ele faz todas as refeições na escola, estuda Inglês e ainda faz yoga. É uma realidade muito diferente da nossa”, completa ele.

O paraense revela, ainda, ter muitas saudades da culinária paraense e do povo, que é mais caloroso e repetitivo. No entanto, diz não ter vontade de voltar a viver no País. “Acho que a pessoa que pensa em morar fora precisa estudar bastante como é se legalizar no país para não ficar de forma irregular. A Europa, por exemplo, é um continente muito seguro, muito bom para se viver, embora nem sempre seja um mar de rosas, mas a vantagem é que você paga os impostos e vê os recursos sendo aplicados com qualidade”, opina. 

O designer Artur Pires, de 31 anos, está morando fora do Brasil há quase três anos. Ele decidiu sair de Belém para adquirir novos conhecimentos e conhecer o mercado estrangeiro. Abriu uma empresa nos Estados Unidos, em 2017, junto com um sócio, e, desde então, optou por fixar residência fora do Brasil. “A experiência de morar fora é incrível, porque você tem a oportunidade de conhecer novas culturas, novos conceitos, ver o mercado de forma mais ampla, conhecer novas tecnologias e não só conhecer, mas também usá-las no seu dia a dia e ver a diferença que faz. Tudo isso é aprendizado que carrego e tento ao máximo levar para meus clientes e incorporar em nossos projetos”, relata. 

Artur também reconhece que, nem sempre esse será um processo fácil, mas o amadurecimento proveniente disso é impagável. “Muitas vezes será difícil e desafiador, mas vale muito a pena. Seja pela experiência de vida, profissional, pelo conhecimento que você adquire ou simplesmente para estudar. A gente só tem o que ganhar com isso”, ensina.

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