Raquel Dodge deixa cargo nesta terça-feira (17) sob cobrança de Fachin
Ministro cobra procuradora-geral por demora em investigações da Lava Jato no STF
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), cobrou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sobre o andamento de investigações e diligências contra autoridades envolvidas na operação Lava Jato, em ofício obtido pela Reuters encaminhado no mês passado à chefe do Ministério Público Federal (STF) --que deixa o cargo nesta terça-feira (17).
Fachin, relator da Lava Jato no STF, lista sete inquéritos, quatro ações cautelares e três petições que se encontravam na Procuradoria-Geral da República "no aguardo de diligências e respectivos trabalhos, em lapso temporal superior ao prazo". Isto é, demoraram mais do que o devido para que providências fossem adotadas, como diligências complementares, oferecer denúncia ou requerer arquivamento.
Nos casos listados, constavam inquéritos da Lava Jato contra os senadores do MDB Renan Calheiros (AL) e Jader Barbalho, do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE) --esse último foi enviado por Fachin à PGR ainda em março de 2018.
Dodge não chegou a se colocar perante a categoria para disputar uma vaga na lista tríplice que seria enviada ao presidente Jair Bolsonaro, mas deixou claro que tinha interesse em continuar no cargo. No final, Bolsonaro ignorou a lista tríplice e escolheu o subprocurador-geral da República Augusto Aras. Dodge concede nesta tarde entrevista coletiva na qual fará um balanço de sua gestão
O comando da PGR ficará interinamente com o subprocurador-geral da República Alcides Martins até que o Senado sabatine e aprove a indicação de Aras. Senadores têm dito que Aras --que tem mandado sinais em favor da classe política-- deverá ter aprovação fácil.
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