Quem é Carlos Lupi, ministro que indicou presidente do INSS demitido após fraude

Estadão Conteúdo

Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi foi o responsável pela nomeação, em julho de 2023, de Alessandro Stefanutto para chefiar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nesta quarta-feira, 23, Stefanutto foi afastado do cargo e, depois, por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pediu demissão.

A saída da presidência do instituto ocorreu após a Polícia Federal (PF) deflagar a Operação Sem Desconto, que investiga esquema que descontava mensalidades direto da aposentadoria e sem o conhecimento de aposentados e pensionistas.

Lupi integra o governo desde o primeiro dia do terceiro mandato de Lula, e também participou de outras gestões petistas. Entre 2007 e 2011, período que contemplou o segundo governo de Lula e a primeira gestão de Dilma Rousseff, Lupi foi ministro do Trabalho, saindo em dezembro de 2011, numa "faxina" ministerial - ele foi o sétimo ministro a cair no primeiro ano do governo Dilma.

Na ocasião, o pedetista foi alvo de diversas denúncias, como a de se beneficiar de convênios irregulares do seu ministério com ONGs e a de ter viajado em um jatinho de propriedade de um dirigente de uma ONG que possuía convênios com o ministério. Ele negou todas as acusações.

Lupi assumiu o cargo de presidente nacional do PDT após a morte de Leonel Brizola, fundador da legenda, e permaneceu à frente do partido entre 2004 e 2023, licenciando-se para assumir o ministério.

Antes, no governo Jair Bolsonaro (PL), Lupi liderou o PDT contra a Reforma da Previdência. A sigla chegou a abrir um processo na Comissão de Ética contra os deputados que votaram a favor da proposta.

Natural de Campinas, interior de São Paulo, Lupi fez carreira política no Rio de Janeiro. Ocupou uma cadeira de deputado federal pelo Estado entre 1991 e 1995. Na eleição de 2014, tentou uma vaga para o Senado, mas recebeu pouco mais de 3% dos votos, ocupando o quinto lugar na disputa, que foi vencida por Romário.

No primeiro turno da campanha presidencial de 2022, o PDT lançou Ciro Gomes na disputa, mas o ex-ministro acabou em quarto lugar. Lupi chegou a rejeitar um movimento dissidente dentro partido que pregava o voto útil em Lula. O acerto com o PT foi firmado logo no início do segundo turno.

Indicação e exoneração

Stefanutto foi nomeado por Lupi em julho de 2023, após o antecessor, Glauco Wamburg, ser demitido por Lula por suspeitas de irregularidades em investigação que ficou conhecida como a "farra das passagens".

Antes da confirmação da saída do presidente do INSS por determinação do presidente Lula, Lupi chegou a afirmar que ele permaneceria afastado do cargo e que um interino seria nomeado até o término das investigações.

"A indicação é da minha inteira responsabilidade. Ele (Stefanutto) é procurador da República, servidor que tem me dado todas as demonstrações de ser exemplar, fez parte do grupo de transição. Vamos, no processo, esperar as investigações em curso", afirmou Lupi.

Entenda o caso

A operação da Polícia Federal apura desvio de recursos diretamente do contracheque de aposentados e pensionistas. Segundo a investigação, os desvios começaram em 2016, durante o governo de Michel Temer (MDB), e desde então alcançaram R$ 7,99 bilhões - quase todos, irregulares. Foram entrevistados 1,3 mil beneficiários que tinham descontos em folha, e 97,6% não haviam autorizado o desconto.

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