Projeto que prevê plebiscito sobre criação do estado de Tapajós anima políticos e população
Para grande parte dos moradores locais, a criação do estado trará mais oportunidades para a população
Projeto que prevê plebiscito sobre a criação do Estado de Tapajós, em pauta nesta quarta-feira (17), na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, animou políticos e a população do município de Santarém.
Após dez anos da realização do plebiscito sobre a divisão do estado do Pará em três: Pará, Carajás e Tapajós, o Projeto de Decreto Legislativo nº 508/2019, traz o assunto para ser apreciado pelos parlamentares.
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O vereador Biga Kalahare (PT) comemorou a notícia. "Estou imensamente feliz em fazer parte das articulações da pauta Estado do Tapajós no Senado. Como Vereador, estou desde o início do meu mandato acompanhando o processo junto ao ICPET (Instituto Cidadão Pró Estado do Tapajós). Não tem como não ficar alegre com a votação da pauta, posso dizer que como cidadão Santareno, também tenho o sonho de ver o Baixo Amazonas se tornar estado. Penso que o estado trará progresso para nossa região”, disse o vereador.
Para o vereador Elielton Lira, do partido avante, o momento é de celebração. “Estivemos acompanhando de perto as discussões, entendemos que o nosso futuro Estado do Tapajós não será uma despesa para o Brasil. Temos estudos que mostram que somos autossustentáveis, somos um estado grande, não estamos dividindo o estado, estamos fortalecendo toda nossa região. Com a criação do Estado do Tapajós, o Pará só ganha. A nossa população já se declarou a favor e temos muito para somar, assim como o estado do Amapá que já foi Pará e hoje é um estado fortalecido e grande parceiro da região”.
Ele enfatiza que a criação do estado trará mais oportunidades para a população. “Assim teremos mais condições de trazer desenvolvimento, emprego, renda, qualidade de vida, investimentos e tecnologias para se fazer um futuro estado riquíssimo. Viva o Tapajós", finalizou.
Letícia Tapajós, de 19 anos, estudante de psicologia e empreendedora falou sobre os benefícios da criação do estado. “Simboliza mais investimentos e uma relativa melhoria de vida. No que se refere a cidade de Santarém, com a aprovação do plebiscito e com as melhores divisões de verbas federais a cidade receberia melhor infraestrutura, considerando que uma boa economia da cidade de Santarém é oriunda de turismo, a cidade teria como melhorias os pontos turísticos, mais verbas para educação pública e pontos de UBS. É notório que a gestão pública investiria em pontos como esses citados, já que a cidade se tornaria capital do novo Estado”, enfatizou.
A universitária Adriana Carina, de 21 anos, vê na proposta muita vantagem, especialmente na questão dos recursos públicos. “Bom, em vista de comércio e industrialização, eu vejo uma grande vantagem. Invés dos recursos serem direcionados até Belém, com o estado do Tapajós, os recursos vão estar mais próximos. Sede de empresas também, pois se as empresas veem a necessidade de um polo nessa região, abrange mais oportunidades de empregos”, concluiu.
O relator do Projeto de Decreto Legislativo na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, Senador Plínio Valério, já apresentou seu parecer na última quarta-feira (10) com uma emenda substitutiva, ou seja, propôs uma redação diferenciada da original, embora seja favorável ao plebiscito para questionar os paraenses se são favoráveis à criação do Estado do Tapajós nos Municípios de Alenquer, Almeirim, Aveiro, Belterra, Brasil Novo, Curuá, Faro, Itaituba, Jacareacanga, Juruti, Medicilândia, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Novo Progresso, Óbidos, Oriximiná, Placas, Prainha, Rurópolis, Santarém, Terra Santa, Trairão e Uruará.
Em seu relatório, o Senador Plínio Valério apontou que "o movimento de emancipação do Tapajós existe há pelo menos 170 anos. Apesar da derrota, o plebiscito de 2011 foi marco para o movimento separatista, que saiu fortalecido e passou a angariar assinaturas para a apresentação de um projeto de lei de iniciativa popular visando à criação do Estado do Tapajós.", concluiu.
Caso aprovado no Senado Federal, o projeto ainda seguirá para análise da Câmara dos Deputados.
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