PGR quer que redes sociais enviem dados de todos os seguidores de Bolsonaro
Pedido foi feito nesta segunda-feira (17)
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que as plataformas de redes sociais apresentem todas as publicações do ex-presidente Jair Bolsonaro e enviem um arquivo com a lista completa e os dados de identificação de todos os seguidores dele. A solicitação da PGR foi encaminhada para análise do ministro do STF Alexandre de Moraes.
A PGR fez o pedido no inquérito que investiga a instigação e autoria intelectual dos atos golpistas de 8 de janeiro, que tem Bolsonaro como um dos alvos. Moraes é relator do inquérito.
VEJA MAIS
O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, responsável pelas investigações dos atos golpistas, ressalta que essa solicitação já havia sido feita, mas que não foi analisada por Moraes. Por isso, Santos reiterou o pedido nesta segunda-feira.
O objetivo é obter "dados concretos" que possam "fundamentar uma análise objetiva do alcance das mensagens, vídeos e outras manifestações publicadas pelo ex-presidente da República nas redes sociais".
Bolsonaro foi incluído no inquérito por ter compartilhado, dois dias após o 8 de janeiro, um vídeo acusando, sem provas, a ocorrência de uma fraude nas eleições do ano passado. Em depoimento prestado à Polícia Federal (PF), Bolsonaro afirmou que publicou o vídeo por engano.
O pedido é que as redes sociais encaminham à PGR "a integralidade das postagens referentes a eleições, urnas eletrônicas, Tribunal Superior Eleitoral, Supremo Tribunal Federal, Forças Armadas e fotos e/ou vídeos com essas temáticas" feitas por Bolsonaro.
O ministro Alexandre de Moraes incluiu o ex-presidente na investigação atendendo a um pedido da PGR, que, por sua vez, foi baseado em uma representação assinada por 79 membros do Ministério Público Federal (MPF) pedindo a investigação de Bolsonaro pelo vídeo.
Análise de movimento extremista
O relator aceitou duas sugestões que constavam na representação, mas não no pedido da PGR: a oitiva de um "especialista em comunicação política de movimento extremistas", para analisar os "potenciais efeitos" do vídeo, e de "especialistas em monitoramento de apoiadores Jair Bolsonaro nas redes sociais", para avaliar o impacto do vídeo.
Na manifestação desta segunda, a PGR afirma que foi contrária a esses pontos devido à "extrema dificuldade de identificar um especialista em monitoramento de grupos de apoiadores de Jair Bolsonaro que executasse um trabalho isento, sem qualquer viés ideológico ou partidário".
Além disso, afirma que não há motivo de um especialista analisar a repercussão do vídeo, porque ele foi publicado após os atos golpistas.
Entretanto, a PGR ressalta que a investigação pode apontar "a prática de outros crimes por Jair Messias Bolsonaro".
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA