Mauro Cid afirma à PF que entregou dinheiro da venda de relógios a Bolsonaro, diz revista
Depoimento foi dado após acordo de delação premiada do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro
O tenente-coronel Mauro Cid afirmou em depoimento à Polícia Federal que entregou “em mãos” ao ex-presidente Jair Bolsonaro o dinheiro obtido a partir da venda de dois relógios - um da marca Rolex e o outro da marca Patek Philippe, que foram presentes de delegações estrangeiras ao governo brasileiro. As informações foram divulgadas pela revista Veja.
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Investigações da Polícia Federal apontam que as duas peças teriam sido vendidaspor US$ 68.000 nos Estados Unidos. De acordo com a reportagem da Veja, em seu depoimento à PF, Cid afirmou que depois que o dinheiro pela venda foi depositado na conta de seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, o valor foi sacado em espécie e repassado “em mãos para ele (Bolsonaro)”.
Ainda segundo o ex-ajugante de ordens do ex-presidente, Bolsonaro estava “preocupado com a vida financeira” porque havia sido condenado a pagar várias multas.
Mauro Cid argumentou também que sabia que a venda poderia ser “imoral”, mas não “ilegal”.
As declarações do militar contrariam os argumentos da defesa do ex-presidente, que alegou em 18 de agosto de 2023 que Bolsonaro “nunca recebeu valor em espécie de Cid referente à venda de nada”.
A PF fechou com Mauro Cid um acordo de delação premiada que foi homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em 9 de setembro. No mesmo dia, o militar foi autorizado a sair da prisão, após quatro meses detido. Para isso, ele deve cumprir uma série de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.