Márcio Santilli, do ISA, assume que tem empresa de consultoria que presta serviço à própria ONG

Nas redes sociais, o senador Plínio Valério, presidente da CPI das ONGs disse considerar o posicionamento grave

Bruna Lima
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Márcio Santilli, presidente do Conselho Diretor do Instituto Socioambiental (ISA), admitiu, durante a 28ª reunião da CPI das ONGs, no Senado, nesta quarta-feira (22), que é sócio de uma empresa de consultoria ambiental que presta serviço ao próprio ISA.

Nas redes sociais, o presidente da CPI, senador Plínio Valério (PSDB - AM), disse que o posicionamento é grave. “Na CPI das ONGs, Márcio Santilli, do ISA, que angariou meio bilhão de reais, diz possuir consultoria que presta serviços à própria ONG. E sua sócia no ISA e na consultoria integrou conselho do Fundo da Amazônia, que direcionou milhões para o ISA. E ele não acha isso imoral”, escreveu Valério.

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Plínio Valério se referia a um dos primeiros questionamentos feitos pelo relator da CPI das ONGs, senador Márcio Bittar (União-AC), ao depoente, sobre o presidente do Conselho Diretor do Instituto Socioambiental (ISA) ser proprietário de uma empresa de consultoria ambiental que presta serviço à própria ONG, o que ele admitiu, e ter como sócia Adriana Ramos, que também trabalha no ISA.

"A senhora Adriana é membro-titular do conselho de administração do Fundo Amazônia. Vejo como um novo tipo de dominação, um homem branco de São Paulo que determina como pode viver o povo da Amazônia. O senhor não acha que ter uma colega de trabalho que faz parte do Isa e faz parte da captação do recurso [...] uma imoralidade?", questionou o relator.

Márcio Santilli respondeu que Adriana não faz mais parte do conselho do Fundo Amazônia e diz que não considera a participação da sócia como imoral e antiética. "Os recursos do Fundo Amazônia são destinados pelo BNDES e não têm participação das ONGs", defendeu Santilli. Foi quando ele admitiu ser sócio de uma empresa de consultoria ambiental que presta serviço ao próprio ISA.

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O relator questionou ainda o papel do ISA, que defende o fim da emissão de gás carbônico, mas ao mesmo tempo é financiado por países emissores de gás carbônico. "O Brasil emite mais gás carbônico que a Alemanha e, conforme o Acordo de Paris, os países emissores de CO ² têm o compromisso de financiar em vários países do mundo", justificou o presidente do Conselho Diretor do Instituto Socioambiental (ISA).

O requerimento de convite a Santilli foi feito pelo presidente Plínio Valério, que, antes de iniciar a sabatina, confirmou que na próxima segunda-feira (27), às 11h, é a data de convocação da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que não compareceu na data do convite, na terça-feira (21).

A sessão começou com a exposição de vídeos de denúncias de produtores rurais do município de São Félix do Xingu, sul do Pará, que teriam sido expulsos de suas casas por agentes federais. Inclusive, o presidente da CPI disse que na próxima semana se deslocará ao município do Pará para acompanhar de perto o caso.

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No início de sua fala, Márcio Santilli fez uma abordagem histórica dos 30 anos do Instituto Socioambiental (ISA), explicou os objetivos do instituto, as parcerias e entre outros aspectos administrativos da entidade.

Santilli destacou os recursos disponibilizados pelo Brasil representam em torno de 5% do montante, pois a maioria dos recursos captados pelas ONGs é de empresas privadas estrangeiras.

Zequinha Marinho qustiona "muita terra para pouco índio"

O senador paraense Zequinha Marinho, do Podemos, pediu a palavra e falou da importância de ouvir o ISA, o qual considera a ONG mais organizada e poderosa de todas. "Não é um estado, mas é um governo paralelo", definiu. E fez alguns questionamentos, entre eles, sobre a questão indígena e demarcação de terras que, segundo o senador, há terras demais demarcadas e por demarcar para poucos índios. Marinho também quis saber dos oito escritórios do Isa, quantos estão na região Norte. Sobre a quantidade de escritórios do Isa no Brasil e quantos estão na região amazônica e sobre a atuação do Isa em relação à criação de terras indígenas.

Márcio Santilli disse que “se houver vontade política das autoridades”, as demais terras indígenas que estão previstas serão demarcadas, conforme prevê a Constituição Federal. Ele disse ainda que, com relação aos escritórios, cinco ficam na Amazônia Legal".

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