Lula e Alckmin defendem em artigo a 'neoindustrialização brasileira'; veja as ações citadas
Presidente e vice-presidente ressaltam no artigo publicado pelo Estadão que a neoindustrialização brasileira requer "iniciativa, planejamento e gestão"
O presidente e o vice-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), defenderam em artigo publicado pelo Estadão, a "neoindustrialização brasileira", com "iniciativa, planejamento e gestão". Os dois afirmam que a "diversificação precisa ser criteriosa, a partir dos setores em que já temos know-how, na direção daqueles que podem gerar maior valor adicionado e nos quais temos capacidade de ser competitivos".
"Precisamos de uma política industrial inteligente, para o novo momento da globalização – em que mesmo países mais liberais investem em conteúdo nacional: seja para a construção de cadeias produtivas mais resilientes a choques, como o que provocou escassez de insumos na pandemia; seja para dar conta do imperativo da mudança climática, a corrida espacial do nosso tempo", diz o artigo.
Lula e Alckmin afirmam que será fundamental a escuta da sociedade por meio da reativação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), de onde devem sair "as missões a serem dadas à indústria, que ajudarão o País em carências como na saúde e na defesa". Isso se somará, segundo eles, a outras medidas, entre elas o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis) e o programa de enfrentamento ao custo Brasil.
"Para estes fins, estamos resgatando ainda a política comercial, que complementa a política industrial. Enquanto esta trata da produção, aquela promove sua vazão".
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No artigo, eles citam também oportunidades comerciais a partir da "potência verde" que o Brasil tem, usando como exemplo a possibilidade de redução do uso de combustíveis fósseis na indústria automotiva por meio do carro elétrico e com biocombustíveis. "Podemos exportar carros ou motores flex para mercados aptos a usar etanol na Ásia, na África e na América Latina".
"Precisamos reanimar o comércio dentro do nosso continente e com a Costa Atlântica da África, regiões onde num passado recente exportamos mais produtos industrializados; e explorar nichos abertos pelo crescimento na Ásia de países como Índia, Indonésia e Vietnã, assim como numa China que hoje não só exporta muito, mas estimula um florescente mercado interno com poder aquisitivo cada vez maior – possível destino para nossos cosméticos e alimentos".
Citando ainda "oportunidades com o retorno do Brasil ao mapa de investimentos internacionais", os dois destacam o aproveitamento de vantagens em energias renováveis. "Com quase 90% da nossa matriz elétrica limpa e expansão da energia eólica e solar, devemos focar em atrair investimentos verdes".
Quanto ao agronegócio, Lula e Alckmin destacaram a possibilidade de criação de uma cadeia de suprimentos para reduzir a dependência externa com o Plano Nacional de Fertilizantes, além do estímulo à agroindústria e financiamento das exportações de maquinário agrícola e de novas tecnologias que estão surgindo no País para atender o campo.
"Para a neoindustrialização, necessitamos também de políticas horizontais – como uma tributação eficiente e justa. É a reforma tributária, para destravar, desburocratizar e simplificar processos que prejudicam a indústria. A reforma, desenhada para reduzir a cumulatividade e os conflitos, estimulará o investimento privado, elevará as exportações nacionais, combaterá as distorções alocativas e melhorará o ambiente de negócios, reduzindo o custo Brasil".
O presidente e o vice-presidente citam ainda o novo arcabouço fiscal como uma das medidas para reforçar a estabilidade e a previsibilidade na economia.e os investimentos no Bolsa Família para garantir o "capital humano bem formado".
"A indústria será, nos próximos anos, o fio condutor de uma política econômica voltada para a geração de renda e de empregos mais intensivos em conhecimento, inclusive no setor de serviços. E de uma política social que investe nas famílias – trabalhadores de hoje e de amanhã. O Brasil de novo se volta para um futuro de inclusão social e crescimento econômico com empregos de qualidade".
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