Saneamento no Ver-o-Peso e unidades habitacionais em Santarém: Jader Filho destaca entregas no Pará
O ministro das Cidades concedeu entrevista exclusiva à Liberal + nesta sexta-feira (31) e destacou algumas ações previstas para os próximos meses
No ano em que a capital paraense receberá a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro, o Ministério das Cidades, do governo federal, prevê a entrega de diversos espaços e melhorias em Belém e em outras cidades do Pará. Em entrevista exclusiva à Liberal +, nesta sexta-feira (31), o ministro das Cidades, Jader Filho, enfatizou alguns desses investimentos, como a transformação do mercado Ver-o-Peso, a drenagem de vários canais e a entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. A entrevista foi feita pelo apresentador Abner Luiz. Assista:
Confira a entrevista:
Estamos em ano de COP 30 e os governos estadual e federal estão trabalhando muito. Atualize a gente sobre o andamento das obras e os investimentos.
Jader Filho: As obras estão transformando Belém e diversas cidades do Pará. Tenho muita alegria em dizer que chegamos, no final do ano passado e início desse ano, a 141 municípios paraenses atendidos por obras do Ministério das Cidades. São investimentos totais na ordem de R$ 6,6 bilhões só do Ministério das Cidades, que envolvem as obras do PAC, contratos de repasse, o Minha Casa, Minha Vida. Se somar todos os Ministérios, é o maior investimento do governo federal da história no nosso Estado. Fico muito feliz como ministro paraense, como embaixador do Pará, por defender os interesses de diversas áreas dos municípios paraenses para que a gente possa transformar nossas cidades. As pessoas não vivem no Brasil, não vivem no Pará. Elas vivem nas cidades. Por isso, o presidente Lula recriou o Ministério das Cidades para que a gente possa levar infraestrutura onde as pessoas vivem, que são as cidades.
Muitas pessoas não veem o trabalho da pasta. Talvez a gente usufrua disso e o senhor nem seja mais ministro, mas é um legado que fica de obras e de benefícios para a população. O senhor se sente assim?
Tem muita coisa que vamos entregar ainda como ministro. Mas eu tenho dito que estou muito feliz porque, se eu saísse hoje do Ministério das Cidades, o legado que a gente está deixando é de transformação. São obras de drenagem em diversos municípios do Estado, que vão evitar que novos alagamentos aconteçam. Em Belém, por exemplo, tem obras de drenagem do Arari-Bolonha, Tucunduba, Mata Fome; obras de abastecimento de água rural nas áreas do oeste do Pará e do Marajó, que estão sofrendo com a seca pelo segundo ano consecutivo; obras de contenção de encostas lá em Redenção e em Parauapebas; a renovação de frotas dos ônibus de Belém, nossa frota tem mais de 10 anos, em média, e esses ônibus financiados pelo governo do Estado e pelo Ministério das Cidades vão fazer uma renovação de frota importantíssima, que não vai atender só Belém, vai atender Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara, Benevides, todos os municípios da Região Metropolitana. Acho que fica no meu coração a certeza de que, com a nossa passagem à frente do Ministério das Cidades, a gente vai deixar um legado importantíssimo.
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A gente não precisa mudar o Ver-o-Peso, mas o permissionário merece conforto, merece limpeza. E agora se tem a chance de uma revolução, com o Ministério das Cidades.
Exatamente. Depois de mais de 120 anos, o Ver-o-Peso, pela primeira vez, vai ter esgotamento sanitário, e com isso a gente vai poder levar saúde e dar o tratamento que a feira e que as pessoas merecem, não só os permissionários, mas os usuários e os turistas. Era impossível imaginar o Ver-o-Peso com esgoto a céu aberto. É isso que eu digo. São legados. Por exemplo, as obras que se iniciaram na orla, no cruzeiro lá em Icoaraci, vão trazer uma transformação no turismo. Também vamos entregar para a COP essa obra. A obra do sistema de esgotamento sanitário do Una, que atende toda aquela região central de Belém, que tem um déficit de esgotamento sanitário gigantesco e a gente está avançando muito com as parcerias com o governo do Estado. Então, temos muitas coisas que vamos fazer. Seguramente, a gente vai entregar ainda, como ministro, novas obras do Minha Casa, Minha Vida, em diversos municípios, seja do urbano, rural, entidades. Só do MCMV, são mais de 28 mil novas unidades, vamos estar realizando o sonho de mais de 28 mil famílias. Não é só a casa, a gente vai estar gerando emprego, renda. Um dos setores que mais empregam é a construção civil. Por trás dessas obras que estou citando, tem muitos empregos, é a economia do Pará que vai girar. Se eu saísse hoje, se estivesse me despedindo, estaria muito feliz com a missão de estar deixando esse legado para as nossas cidades, famílias, mães, pais, filhos, netos. Acho que é muito importante. Nunca vivemos o que estamos vivendo no Pará. Só em Belém, são mais de R$ 6,6 bilhões de investimentos. Teremos outra cidade após a COP. Depois, vai ficar para nós.
Em relação aos canais, que a Prefeitura de Belém está se empenhando em limpar, a infraestrutura precisa de muito mais dinheiro, que a Prefeitura não tem, o governo federal tem e o governo do Estado está tentando ajudar. Com a sua visita às obras, qual o sentimento da população ao ver que elas têm acontecido?
A gente precisa trabalhar junto com o governo do Estado e com as prefeituras para tirar essas obras do papel. É o que eu tenho feito não só aqui no Estado do Pará, mas pelo Brasil. Nesta semana, estive no Rio Grande do Norte, dialogando com prefeitos, secretários, governo, para que a gente faça com que os contratos do PAC e as obras do MCMV iniciem imediatamente. As pessoas têm pressa. Quem mora de aluguel tem pressa, quem mora em áreas de risco tem pressa, quem mora na rua tem pressa. Então a gente precisa ter pressa para iniciar essas obras e entregá-las o mais rápido possível. Neste mesmo dia, entregamos um condomínio de 300 unidades habitacionais em Mossoró. O que me chamou atenção é que aquela obra havia sido contratada em 2013 e eu entreguei em 2025. São 12 anos, isso não é possível. Uma obra do MCMV não pode durar mais de 20 meses. Quando chegamos, essas obras estavam paralisadas. Tem muita casa. Além dessas novas contratações, quando chegamos tinha 87 mil unidades paralisadas. Um dos primeiros pedidos que o presidente Lula nos fez foi esse, retomar o quanto antes. Em primeira mão, vamos entregar, no dia 14 de fevereiro, o Viver Outeiro, que era uma obra que, quando chegamos no Ministério, estava paralisada. Lá são 1.008 unidades. O presidente Lula vem também entregar. Vamos fazer uma grande festa. Temos muitas entregas. No primeiro trimestre, vamos entregar o residencial Moaçara, em Santarém, são mais de 1.400 novas unidades. Tem o Viver Pratinha, que vamos retomar as obras, tem o Viver Mosqueiro, tem muita obra que estava paralisada, retomamos e vamos fazer o processo de entrega, fora os novos contratos. São 28 mil unidades que foram selecionadas pelos quatro cantos do Estado do Pará.
Tem sido muito pregado pelo presidente Lula e pelo Haddad enxugar gente, gastar com responsabilidade, refazer, natural no percurso de um novo mandato. A sua pasta investe muito e é importante para a infraestrutura das cidades. Como o senhor tem trabalhado isso? Toda essa verba está garantida?
Temos um processo de muita responsabilidade. Quando a gente faz o processo de planejamento, com todo respeito e confiança que tenho nos técnicos, até pela própria experiência, porque venho da iniciativa privada e sempre analisei planilhas e cuidei dos detalhes, uma das coisas que não topo é fazer aventura. Tenho conversado muito com a minha equipe. Não vou fazer lançamento do MCMV onde não tem recurso, onde podemos dar um prejuízo ao empresário. Tem todo um processo de planejamento. Você não tem todos os recursos para aquele ano. Você sabe quanto vai gastar no primeiro e tem que alocar, e assim faz todo ano até o final da obra para que não falte recurso. O que a gente tem feito com muita responsabilidade é que recebo os relatórios, analiso para saber se a equipe está sendo muito ousada ou muito conservadora. O que tenho buscado conversar com a equipe é para ter equilíbrio, incentivando os municípios onde as obras estão andando com mais agilidade. O que queremos é que, do mesmo jeito que as obras acontecem no Pará, aconteçam pelo Brasil. Temos que cuidar do Brasil, reconstruir o país e garantir que tenha infraestrutura. Ao final da nossa passagem, queremos ter contribuído um pouco para o desenvolvimento do nosso país.
O senhor vem da iniciativa privada. Mas é de uma família política, vive a política desde a maternidade, preside o MDB no Estado, mas são experiências de não estar com os dois pés, já que é também empresário. O senhor virou ministro. A política entra agora de forma definitiva na sua vida? É possível que, daqui a dois anos, o paraense tenha o senhor como uma opção na urna? É uma pretensão?
Eu tenho algo comigo que sempre levei para a vida. Sou devoto de Nossa Senhora e tenho aquela coisa da religião dentro de mim com muita força. Sempre me dedico muito, me esforço muito para que as coisas deem certo. Acho que o que vem depois é uma consequência do trabalho que foi realizado ou que deixou de ser realizado. Quando eu estava na iniciativa privada, tinha minhas ambições, mas sempre entendi que se eu me esforçasse, se fizesse melhor, se fizesse diferente, os resultados iam chegar. Hoje, não posso dizer, e não estou fugindo da pergunta, mas acho que o que vai ser de mim nos próximos dois anos vai ser consequência daquilo que eu realizar até lá. Quando chegar mais próximo, quero conversar com a minha família, meus companheiros, com o presidente para entender qual é a missão que me cabe. Vou dizer que me dói saber que muita coisa que eu plantar não serei eu a colher. Isso toca na gente. Os números são impressionantes. O presidente estabeleceu uma meta de 2 milhões de unidades habitacionais, e mostrei de forma técnica que ele vai entregar, até 2026, perto de 2,5 milhões de unidades. A gente vai superar em 500 mil habitações a meta que ele estabeleceu lá atrás. O que vem depois é consequência daquilo que você está plantando hoje. Se você planta direito, você vai colher. Agora, qual vai ser a colheita deixa mais para adiante, tenho certeza de que Deus vai iluminar meu caminho e vai me dizer em que direção eu devo seguir.
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