Edmilson Rodrigues quer enfrentar fome e desemprego com maior participação popular

Para gerar emprego, o programa Banco do Povo deverá ser reativado

Abilio Dantas

Mesmo após ser prefeito de Belém por dois mandatos seguidos, de 1997 a 2004, o deputado federal Edmilson Rodrigues, do PSOL, diz querer exercer novamente o cargo máximo do Poder Executivo municipal para combater de forma prioritária a fome e o desemprego na capital paraense, problemas que foram agravados pela pandemia. O político, que é também professor e arquiteto, foi o sétimo entrevistado da sabatina realizada pelo Grupo Liberal com os candidatos à Prefeitura de Belém. Entre 18h e 20h, os jornalistas Rita Soares e Evandro Flexa Jr. conduziram o encontro, que foi transmitido ao vivo mais uma vez pela Rádio Liberal FM, portal O Liberal.com, Facebook, Instagram e Youtube do Grupo Liberal. Pelas redes sociais, o público comentou a performance do candidato, enviou perguntas e opiniões.

“As famílias pobres perderam 30% da renda por causa da pandemia. E 90% dessas famílias são chefiadas por mulheres”, demarcou Edmilson Rodrigues, ao abordar as razões para tentar mais uma vez a cadeira de prefeito, após ter sido derrotado em 2012 e 2016 pelo atual prefeito, Zenaldo Coutinho. “Aumentou o desemprego, aumentou a miséria, aumentou a fome. Belém foi maltratada nos últimos 16 anos. Precisamos garantir a dignidade das famílias. Quem fez o Banco do Povo, tem moral para fazer”, afirmou, em alusão ao programa de crédito implementado no período em que foi prefeito pelo PT e que “deverá ser retomado, com linhas específicas para as mulheres e para a população negra, para a mulher negra”, detalhou.

As políticas para as mulheres, segundo o candidato, serão transversais, o que significa que atravessarão os mais diferentes setores da gestão, como segurança, saúde e geração de emprego. “Iremos criar casas de passagem, abrigos, para receber com segurança a mulher que foi agredida pelo companheiro. Sabemos que a violência contra a mulher aumentou durante a pandemia. A vítima precisa ter um lugar para ficar, para não ter que voltar para o agressor e ser assassinada, caso ele descubra que ela o denunciou. Mas além disso, precisamos inserir essa mulher no mercado de trabalho, com os empréstimos do Banco do Povo. E na área da saúde vamos botar para funcionar novamente a Casa da Saúde da Mulher, com exames de mamografia e acompanhamento para as mulheres que mais precisam”, enfatizou.

Caso eleito, Edmilson afirma que irá criar uma experiência de participação popular inédita, com a formação de subprefeituras nos bairros de Belém. Com referência ao Congresso da Cidade, projeto também realizado no período de gestor municipal, o parlamentar pretende incentivar a formação de lideranças populares, que irão levar à administração as demandas dos moradores. "Tivemos o orçamento participativo e evoluímos para o Congresso da Cidade. Agora, cada bairro vai ter o seu plano de desenvolvimento e vamos ter uma cartografia digital que vai mostrar onde está asfaltado, onde não está, onde há esgoto, onde não há. As desigualdades se expressam nas diferenças entre os locais onde existem serviços básicos e onde não tem”, analisa.

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