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Defesa de hacker da Lava Jato pede salvo-conduto ao STF para manter silêncio na CPMI do 8 de Janeiro

Walter Delgatti, esperado para hoje na comissão mista do Congresso, quer o direito de não falar nada

O Liberal
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A defesa de Walter Delgatti, conhecido como "Vermelho", o hacker que confessou ter invadido sistemas de integrantes da Operação Lava Jato, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um salvo-conduto nesta terça-feira, 16. O pedido visa assegurar o direito do hacker de permanecer em silêncio durante seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. A presença de Delgatti está agendada para esta quinta-feira (17) na comissão.

Os advogados de Delgatti argumentam que obrigar o hacker a prestar informações pode prejudicá-lo e, por isso, buscam garantir seu direito ao silêncio. O relator para o caso ainda não foi definido.

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Paralelamente, no momento da solicitação, Delgatti estava prestando depoimento à Polícia Federal sobre uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça. Ele chegou à sede da PF em Brasília por volta das 13h.

Hacker reafirma na PF ter recebido dinheiro de Carla Zambelli para invasão

No decorrer de seu depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (16), o hacker Walter Delgatti reiterou que recebeu pagamento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) para efetuar invasões em sistemas do poder Judiciário. De acordo com informações repassadas pelo advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, após o depoimento em Brasília, o hacker confirmou que o montante recebido foi de R$ 40 mil.

O advogado declarou que Delgatti apresentou evidências concretas que respaldam suas alegações, incluindo documentos relacionados aos pagamentos efetuados pela deputada. Os detalhes revelados indicam que o valor foi composto por cerca de R$ 14 mil em depósitos bancários e o restante foi entregue em espécie. A intenção desses pagamentos era financiar invasões a qualquer sistema ligado ao Judiciário.

Zambelli teria contratado Delgatti 

Em julho, Delgatti confessou o crime e, durante a prisão preventiva na Operação 3FA, implicou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A narrativa apresentada sugere que ele teria sido contratado pela deputada para invadir as urnas eletrônicas, mas como isso não foi possível, direcionou seu ataque ao CNJ em janeiro.

Uma reviravolta no caso inclui um mandado de prisão falso que teria sido emitido contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF. O documento trazia a frase "Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L".

A deputada Carla Zambelli argumenta que contratou Delgatti para a manutenção de seu site, enquanto o hacker afirma ter se encontrado pessoalmente com Bolsonaro no Palácio do Alvorada em agosto de 2022, onde o ex-presidente teria questionado a possibilidade de invadir as urnas eletrônicas.

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