Defesa de Bolsonaro pede acesso a depoimentos de Freire Gomes e Baptista Júnior
Pedido foi realizado nesta terça (5) pelos advogados do ex-presidente ao ministro do STF, Alexandre de Moraes
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acesso aos depoimentos do ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e do ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos Baptista Junior, prestados à Polícia Federal (PF) na investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil. A articulação teria sido feita pelo ex-presidente para impedir a posse de Luís Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições de 2022.
O documento feito pelos advogados de Bolsonaro nesta terça-feira (5), no STF, solicita a "atualização dos autos" com "termos de declarações relativos às últimas oitivas realizadas", incluindo os depoimentos de Freire Gomes e Baptista Júnior. Na sexta-feira (1º), o ex-comandante do Exército depôs por aproximadamente 7 horas, quando teria revelado, segundo informações divulgadas pela imprensa, detalhes sobre como a minuta do golpe foi discutida, o papel do Ministério da Justiça e a falta de indícios de fraude nas urnas eletrônicas. O ex-comandante da FAB, por sua vez, foi ouvido no dia 16 de fevereiro.
"Em relação ao general Freire Gomes e ao brigadeiro Baptista Júnior, os elementos colhidos, até o presente momento, indicam que teriam resistido às investidas do grupo golpista. No entanto, considerando a posição de agentes garantidores, é necessário avançar na investigação para apurar uma possível conduta comissiva por omissão pelo fato de terem tomado ciência dos atos que estavam sendo praticados para subverter o regime democrático e mesmo assim, na condição de comandantes do Exército e da Aeronáutica, quedaram-se inertes", diz um trecho do documento obtido pelo portal g1.
A investigação está ocorrendo por meio da operação Tempus Veritatis, deflagrada no dia 8 de fevereiro pela Polícia Federal. Até o momento, já depuseram: o ex-presidente Jair Bolsonaro, que permaneceu em silêncio; o ex-ministro e candidato a vice-presidente em 2022, Walter Souza Braga Netto; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier; e o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.
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