CPI das ONGs: liderança indígena diz que comunidades passam ‘necessidade’ e não recebem benefícios
Presidente da comissão diz que a etnia Xavante obteve sucesso na área do agronegócio sem a participação de ONGs
Durante audiência pública na manhã desta terça-feira (24), a liderança indígena Arnaldo Tsererowe, da etnia Xavante, de Mato Grosso, negou que as Organizações Não Governamentais (ONGs) estejam gerando benefícios às aldeias. Ele foi convocado a comparecer em uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação dessas entidades na Amazônia, a “CPI das ONGs”.
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“As ONGs que vêm dizer que estão levando benefícios para as nossas aldeias, isso é tudo mentira, a gente sente de ver nossa comunidade passando necessidade, nossas crianças… E aonde que estão aplicando essas verbas? Por que não existe, para as ONGs, a responsabilidade fiscal para apurar se está aplicando esse recurso em prol da sociedade indigena brasileira?”, questionou, durante sua fala.
Segundo o presidente da comissão, senador Plínio Valério (PSDB-AM), a etnia obteve sucesso na área do agronegócio sem a participação de ONGs. “Nós queremos o apoio, nós queremos trabalhar, nós queremos que o nosso povo e algumas etnias trabalhem e produzam para tirar a necessidade do nosso povo, principalmente as crianças”, enfatizou Arnaldo.
Posição contrária a ONGs
Outro convidado da mesma audiência, cacique Graciano Aedzane Pronhopa, também da etnia Xavante, se posicionou contra a atuação das ONGs e disse que elas não levam resultados para as aldeias.
“As ONGs são pura mentira, tem que fiscalizar o projeto deles, maior ladrão do Brasil. Os Yanomami estão sofrendo, morrendo, as ONGs já foram lá, já levaram recursos, medicamentos, alimentação, as ONGS estão matando os indígenas dentro do Brasil. Só falam que os indígenas estão vivendo bem, estão vivendo bem não, os Xavantes estão acabando. Nunca recebemos apoio das ONGs que recebem milhões de recursos para saúde, educação, alimentação, meio ambiente, e ainda falam que ajudam”, opinou.
Graciano defendeu que o governo federal dê liberdade para os indígenas desenvolverem em seus territórios “para terem bem estar e uma vida digna acompanhada do desenvolvimento, sem deixar as tradições, cultura e modo de viver, preservando nossas vidas. É preciso investigar todas as ONGs que recebem dinheiro do governo federal, que manipulam líderes e caciques usando como peça de manobra”, pontuou o líder indígena.
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