Coordenador nacional do MST afirma que há ‘grande insatisfação’ com governo Lula e prevê protestos

João Paulo Rodrigues alega que a preocupação é “que em algum momento as famílias comecem a fazer uma reclamação nacional, indo para a estrada, parando rodovias”

O Liberal
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coordenador nacional do Movimento Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, afirmou que há uma grande insatisfação com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As declarações foram dadas em entrevista ao Jornal Folha de S. Paulo, divulgada no último sábado (24). Além de querer que o governo compre mais terras para serem destinadas à “reforma agrária”, os integrantes do movimento avaliam que existe lentidão na compra de produtos da agricultura familiar pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Havia, por parte do MTS, expectativa de maior volume de compras por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – medida que aumenta as compras de alimentos de cooperativas, grande parte delas comandadas pelo movimento, por órgãos públicos.

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"Até agora o governo não comprou um quilo de alimento da agricultura familiar dentro do PAA. As famílias se preparam para isso, plantam com essa expectativa. A insatisfação é grande", declarou Rodrigues, que é um dos principais porta-vozes do MST quando o assunto são críticas públicas ao governo Lula.

"Minha preocupação é que em algum momento as famílias comecem a fazer uma reclamação nacional, indo para a estrada, parando rodovias, por exemplo. Não está prevista no momento uma jornada de ocupações, mas já há uma reclamação de que precisaremos de cinco mandatos do Lula para concluir o processo de reforma agrária", continuou.

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Em fevereiro, João Paulo Rodrigues declarou que estava “começando a acender a luz amarela” na relação entre o grupo de sem-terra e o governo, ao reclamar da demora na indicação do novo presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Apesar das críticas, ele é próximo a Lula e a vários membros do alto escalão do executivo, e com frequência se reúne com representantes do governo para demandar benefícios ao movimento que representa.

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