Ato pró-Bolsonaro na Paulista tem batom inflável gigante, gritos por anistia e governadores
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reúnem na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 6, para um ato com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e em defesa do próprio ex-mandatário, réu sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado. A manifestação política foi convocada sob o argumento de defender a anistia dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas em Brasília.
A movimentação na Paulista é marcada por referências à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou "perdeu, mané" na estátua que simboliza a Justiça, em frente ao STF, com batom. O ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte, propôs uma pena de 14 anos de prisão para ela, que foi para prisão domiciliar e responde ao processo em liberdade desde o mês passado.
Bolsonaro está acompanhado de seis governadores aliados: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Melo (PL-SC), Romeu Zema (Novo-MG), Wilson Lima (União-AM), Ratinho Júnior (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União-GO). A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e o prefeito de São Paulo, Ricarndo Nunes (MDB), também comparecem.
Ronaldo Caiado afirmou que os atos de 8 de Janeiro são indefensáveis, mas que as penas são pesadas demais. "O sentimento é nacional, de promover anistia a essas pessoas que praticaram, sim, aquela prática indefensável no dia 8 de Janeiro, mas que não merecem também a pena na proporção que está sendo dada. É isso que estamos buscando: justiça, mas sem ser uma ação do Estado que venha punir como se fosse um gesto de vingança", disse.
Uma pesquisa feita Genial/Quaest e divulgada pela neste domingo mostra que a maioria dos brasileiros é contra a soltura dos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados disseram preferir que os envolvidos continuem presos, contra 34% que defendem sua soltura.
Apesar da indicação da sondagem, o governador do Paraná afirmou que a manifestação é por uma causa em nome da população brasileira.
"O evento é uma causa, em nome da população brasileira, por entender que o que está acontecendo com as pessoas que estão presas é uma punição muito além de qualquer crime que eles possam vir a ter cometido. E, acima de tudo, mostrar que existe hoje uma inversão de valores, onde a Justiça muitas vezes faz uma perseguição política em vez de ter uma posição justa", disse Ratinho Junior.
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