Em Belém, apoiadores de Javier Milei defendem o Estado mínimo; veja a entrevista a O Liberal
Argentina vive grave crise econômica com inflação de 124,4%
O candidato libertário Javier Milei, que aparece em primeiro lugar nas pesquisas eleitorais para a presidência da Argentina, tem chamado a atenção pelos seus posicionamentos políticos incomuns e explosivos.
Embora tenha um amplo apoio de conservadores, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, Milei se considera um libertário. A ideologia política acredita na ausência do Estado como solução no combate à pobreza porque considera o aparato estatal autoritário e, para que todos prosperem, é necessário dar total liberdade aos cidadãos.
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Para conversar sobre esta corrente política, Gustavo Freitas, especialista em política internacional, recebeu nos estúdios do O Liberal, Nicola Aguila e Paulo Sérgio, que se consideram libertários e são embaixadores do Students For Liberty na região Norte. A organização prega o liberalismo político e econômico no mundo inteiro.
Ao ser questionado sobre a ausência do Estado como solução para uma região cada vez mais pobre, Nicola alega que a América Latina é desigual devido ao excesso de Estado.
“Podemos citar o Chile e o Uruguai como países que adotaram medidas de liberdade econômica e assim tiveram grandes resultados em relação aos vizinhos. Um Estado pesado gera mais impostos e, como libertário, considero um roubo”, avaliou.
O candidato libertário promete reduzir o tamanho do governo a oito ministérios, cortando inclusive pastas consideradas intocáveis, como educação, saúde e ciência e tecnologia. Milei insiste que um governo com tantos ministérios serve apenas para apadrinhamento político e, no final, prejudica o povo pela falta de efetividade.
Uma das principais propostas de Javier Milei é acabar com o Banco Central, que ele considera ser “terrivelmente ruim”. Embora concorde com a ideia, Paulo Sérgio não acredita que ela vá se concretizar. “É preciso um esforço político muito grande, e em 4 anos de mandato eu não acredito que ele consiga, de fato, fazer isso”.
A inflação na Argentina atingiu 124,4% em agosto e a pobreza chegou a 40% da população, a crise econômica se alastrou e se tornou a única pauta discutida no período eleitoral.
Neste cenário, Javier Milei se popularizou ao usar uma motosserra nas ruas em alusão ao seu programa de cortes de gastos públicos, caso seja eleito. Fruto de um cansaço da população com a classe política, o candidato libertário surpreendeu ao terminar as primárias em primeiro lugar, contrariando todas as perspectivas.
Embora seja enfático ao dizer que não fará negócios com comunistas, se referindo a Lula e Xi Jinping, da China, Milei orientou seus assessores a apaziguar os ânimos com empresários brasileiros e chineses, garantindo que o comércio seguirá do jeito que está, a mudança será na relação entre chefes de Estado.
Ao falar do populismo na América Latina, Nicola afirma que não há espaço para messias na política. “Não existem soluções fáceis para problemas difíceis, e no caso da Argentina, Milei vai precisar conversar com os políticos para realizar o que promete”, finalizou.
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