Aliados de Bolsonaro criticam decisão de encerrar Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares
Oposição classificou como 'retrocesso' decisão do Ministério da Educação de encerrar programa
A decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva de encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares foi duramente criticada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O programa era um dos pilares do Ministério da Educação durante a gestão anterior.
O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, chamou a decisão de Lula de "revanchista" e afirmou que o atual governo está mais interessado em doutrinação ideológica. Ele ecoou as palavras do também senador Hamilton Mourão, ex-vice-presidente de Bolsonaro.
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"Pais e mães, militares e carentes que podiam matricular seus filhos nas exemplares escolas cívico-militares são as mais novas vítimas dos 'vingadores (vingativos)'", escreveu Flávio no Twitter.
O termo "vingativos" foi utilizado em resposta ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que o confrontou quando acusado de omissão durante os atos de 8 de janeiro. Na ocasião, Dino disse: "Se o senhor é da SWAT, eu sou dos Vingadores".
O senador Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, considerou o encerramento como um ato "vingativo". Ele afirmou: "O 'V' da vingança venceu, mesmo que seja contra alunos inocentes e o lindo futuro que lhes está sendo tirado". Nogueira expressou solidariedade aos estudantes e seus pais, destacando que o governo atual não é capaz de se libertar dos radicalismos ideológicos contra o povo.
Rogério Marinho: "retrocesso"
O senador Rogério Marinho classificou a medida como um "retrocesso". Segundo ele, trata-se de uma política pública ideológica que se recusa a reconhecer os excelentes resultados da educação baseada em disciplina, valores e conteúdos conectados com a sociedade.
A decisão foi considerada "absurda" pela deputada federal Bia Kicis. O deputado federal Gustavo Gayer criticou o fim do programa em um vídeo, afirmando que as escolas cívico-militares foram uma maneira de o governo Bolsonaro remediar um processo de deterioração acadêmica. Ele também ressaltou que a educação brasileira se tornou um ambiente de doutrinação durante a gestão de Lula.
O deputado federal Daniel Freitas afirmou que a decisão foi tomada por "caprichos e vinganças meramente políticas do Ministério da Educação".
Rodrigo Lorenzoni; "dispostos a destruir"
O encerramento do programa também foi alvo de críticas do deputado estadual Rodrigo Lorenzoni, filho de Onyx Lorenzoni, que ocupou cargos nos ministérios da Casa Civil, da Cidadania e do Trabalho e Previdência durante o governo Bolsonaro. Para Rodrigo, o encerramento do programa é uma prova de que Lula e a esquerda estão dispostos a destruir o país por meio da educação e da economia.
O deputado estadual Carmelo Neto também classificou a decisão do governo Lula como um "retrocesso". Ele afirmou que essa era "a única agenda" do governo Lula.
O Ministério da Educação e o Ministério da Defesa decidiram pelo fim das escolas cívico-militares. Nesta quarta-feira, o MEC enviou um ofício a todas as Secretarias de Educação determinando a finalização do programa, que deve ser feita de forma gradual até o final deste ano letivo. O MEC solicitou que a transição seja realizada de maneira cuidadosa, a fim de não comprometer o cotidiano das escolas e as conquistas de organização que foram alcançadas por meio do programa.
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