Venezuelana assassinada alimentou filhos do casal que a matou no Amazonas, diz irmã da vítima
A informação foi repassada pela própria vítima durante conversas com familiares antes de ser morta
A venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, de 38 anos, que foi brutalmente assassinada no Amazonas, teria comprado leite para alimentar os filhos do casal que a matou. A informação foi divulgada pela irmã da vítima, Sophia Hernández, em carta enviada ao site Pluriverso na terça-feira (9), onde ainda disse que a artista teria ficado sensibilizada com as cinco crianças que estariam em situação de vulnerabilidade.
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Thiago Agles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos, os pais das crianças, foram indiciados pelo assassinato de Julieta. No dia 5 de janeiro, o casal confessou à polícia que seriam os autores dos crimes de latrocínio, roubo e ocultação de cadáver contra Julieta. Na carta enviada por Sophia “La Roja” Hernández, ela relata que a irmã teria comprado leite para as crianças com o último dinheiro que tinha e que depois teria ido para a casa deles, onde o crime teria ocorrido.
“Num dia sombrio, em seu caminho, ela [Julieta] encontrou cinco grandes razões para se martirizar, cinco crianças, crianças pobres. Os assassinos dela [Thiago e Deliomara], foram os monstruosos pais dessas criaturas. Com o último dinheiro que tinha, ela comprou leite para essas crianças e decidiu ir para a casa dessa família pobre e miserável. Possivelmente, pelo que as pessoas contam, ela percebeu o abuso contra elas. Não era a primeira vez que Julieta se comovia diante do sofrimento infantil e se disponibilizava para lhes levar ao menos um pouco de alegria e amor, e foi naquela casa que aconteceu tudo o que não conseguimos mencionar”, escreveu Sophia Hernández
Ainda na carta, Sophia Hernández diz que os familiares querem que Julieta seja lembrada como uma mulher corajosa. “A imprensa sensacionalista faz o seu trabalho, mostrando-nos informações e detalhes horríveis que fizeram muitos terem medo. Mas Julieta sempre rejeitou o medo, ela era uma ariana poderosa, nunca teve medo, pelo contrário, rebelava-se com o poder de uma tempestade. Hoje, devemos contar essa parte de sua história, que não é de forma alguma a mais importante nem a que queremos que seja lembrada, mas sua trágica morte é uma história de proeza inimaginável. Julieta se imortalizou e essa é a maior expectativa de qualquer artista!”, declara a irmã.
Sophia Hernández já está em Manaus, juntamente com a mãe, para acompanhar o velório de Julieta e o translado do corpo à Venezuela.
Sobre o caso
A artista Julieta Martinez estava desaparecida desde 23 de dezembro e foi encontrada morta no dia 6 de janeiro. O casal, Thiago e Deliomara, suspeito de assassinar a venezuelana, no Amazonas, foi indiciado pela Polícia Civil e irá responder por ocultação de cadáver, latrocínio e estupro. A decisão ocorreu na terça-feira (9/1) após as pistas coletadas durante a investigação e o depoimento onde os suspeitos teriam confessado a ocultação de cadáver da vítima.
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