Tio de Damares é responsável por avião de igreja apreendido com drogas em Belém, diz revista
Aeronave foi apreendida no último sábado (27), com 290 quilos de skunk em um hangar de voos particulares do Aeroporto Internacional de Belém
O avião em que a Polícia Federal apreendeu, no último sábado (27), os 290 quilos de skunk prestes a serem transportados para o município de Petrolina, no estado de Pernambuco, segundo a Revista Fórum, é de responsabilidade do ex-deputado e pastor Josué Bengtson, que também é tio e padrinho político de Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Família no governo Bolsonaro (2019-2022) e atualmente senadora pelo Distrito Federal.
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Em nota, a assessoria de comunicação de Damares confirmou que Josué é tio dela e que a senadora tomou conhecimento, na manhã desta segunda-feira (29), sobre o caso ocorrido na capital paraense . “Damares Alves entrou em contato com a família e foi informada que a denúncia à Polícia Federal sobre uma carga suspeita carregada na aeronave foi realizada pelos responsáveis pelo avião, ou seja, pela própria Igreja. Em seguida, a Polícia Federal assumiu o caso e tomou as medidas cabíveis”, disse a equipe de Damares.
Ainda de acordo com os detalhes divulgados pela Fórum, Josué é líder espiritual na Igreja Quadrangular no Pará, a qual pertenceria o avião monomotor. A própria instituição confirmou ser dona da aeronave e se manifestou, por meio de nota, neste domingo (28), dizendo que, assim que tomou conhecimento das atitudes suspeitas de um ex-funcionário, acionou a PF para tomar as providências cabíveis.
O avião foi flagrado pelos agentes federais em um hangar de voos particulares do Aeroporto Internacional de Belém, onde a aeronave aguardava decolagem. A partir de informações de inteligência do Núcleo de Polícia Aeroportuária da PF, soube-se que havia um carregamento de entorpecente com plano de voo para Petrolina (PE). Minutos antes da decolagem, prevista para às 7h30, o responsável pela droga foi abordado, enquanto caminhava do pátio à aeronave.
“Um rapaz, que já prestou serviços de limpeza na aeronave, procurou o nosso piloto querendo fazer um voo para levar, segundo ele, algumas peças de trator para uma cidade do interior. Tarde da noite do dia 26, esse rapaz acessou a aeronave, sem autorização do hangar e nem nossa, e colocou a carga no interior da mesma”, inicia o comunicado da igreja.
“Quando soubemos que ele havia feito isso sem nossa autorização, achamos a atitude muito suspeita. Acionamos a Polícia Federal, fizemos a denúncia e pedimos as devidas providências. A PF prontamente agiu e a ação foi bem-sucedida. O rapaz foi preso e a carga foi apreendida. Foi aí que viemos saber qual era o conteúdo”, acrescenta a nota.
A PF comunicou, nesta segunda-feira (29), que até o momento, não há depoimento de ninguém relacionado ao caso, ainda. O caso é investigado pela autoridade federal, que não comenta investigações em andamento.
Filho nega responsabilidade do pai com o avião
Paulo Bengtson, filho de Josué, foi procurado para comentar a publicação da Revista Fórum. À redação integrada de O Liberal, ele disse ser verdade apenas a questão de Josué ser tio de Damares. Com relação a suposta responsabilidade do pai com a aeronave, o titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), negou a informação ligada ao genitor e também afirmou que a Igreja Quadrangular só possui um avião. Paulo Bengtson preferiu não entrar em maiores detalhes "para não atrapalhar as investigações e punições dos envolvidos".
Relação de Damares e Bengtson
A carreira política de Damares Alves foi impulsionada pelas mãos de seu tio, Josué Bengtson, conforme publicado pelo Fórum. Em meados de 1980, Damares foi ordenada pastora da Quadrangular, e após formar-se em Direito e obter a OAB, começou a atuar em outra esfera política e religiosa. Nos anos 90, Damares teria ido trabalhar no gabinete de Josué Bengtson (PTB-PA), de acordo com a divulgação da revista.
Josué e Paulo, que também é ex-deputado federal e atualmente integra o governo do estado do Pará, teriam declarado à Fórum não ter conhecimento de que o skunk seria carregado na aeronave.
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