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Segup aponta redução de 6,1% no número ocorrências de homofobia contra pessoas LGBTQIA+

Para o presidente em exercício do Movimento LGBTQIA+ do Pará, Beto Paes, os números não representam, com fidelidade, a realidade no Estado, “que vive um caso enorme de subnotificações”

O Liberal

​De janeiro a maio deste ano, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) registrou 76 ocorrências de homofobia contra pessoas LGBTQIA+ em todo o Estado. O número, segundo o órgão, representa redução de 6,1% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram registradas 81 ocorrências. Em 2021, de janeiro a dezembro, foram computadas 243 ocorrências e, em 2020, no mesmo período, 108 registros. A secretaria alerta que “Quem for vítima de qualquer tipo de violência, pode procurar a delegacia mais próxima ou a especializada de Combate a Crimes Discriminatórios e Homofóbicos (DCCDH) que investiga e acompanha”.

No mês de maio, a Segup lançou o Plano Estadual de Enfrentamento à LGBTQIA+fobia, “importante​​ ferramenta com iniciativas voltadas ao enfrentamento de forma participativa entre órgãos do Estado e a sociedade”, assegura a secretaria.

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Presidente do Movimento LGBTQIA+ do Pará contesta os dados

 

Presidente em exercício do Movimento LGBTQIA+ do Pará, Beto Paes defende que os números não representam, com fidelidade, a realidade no Estado, “que vive um caso enorme de subnotificações”. Vários fatores contribuem para que as vítimas de LGBTQIA+fobia não formalizem a denúncia. Entre eles, está a maneira como essas pessoas são recebidas nas unidades policiais.

“A nossa população, quando chega na polícia, é vítima novamente, porque as pessoas são questionadas sobre o que fizeram para ocorrer a violência. Parece que estão sempre querendo justificar. É um problema estrutual”, lamenta Beto Paes. Ainda segundo ele, existem os casos em que o fato de uma pessoa LGBTQIA+ não ser assumida para a família também reflete na baixa das denúncias.

Paes afirma que o problema se agrava no interior do estado, a exemplos de municípios como Xinguara, Nova Timboteua e Ipixuna do Pará, visitados por ele recentemente. “Eu viajo por todo o Estado, agora como presidente em exercício, e fico sabendo de casos que não chegaram ao nosso conhecimento”, diz.

São Brás

 

No dia 1º deste mês, duas mulheres foram agredidas em um ponto de táxi, localizado no bairro de São Brás, em Belém, após supostamente terem se beijado. O caso ganhou ampla repercussão nas redes sociais, depois que testemunhas filmaram e publicaram o ocorrido. O registro mostra que, pelo menos, quatro homens, que seriam taxistas, estão envolvidos nas agressões contra as jovens.

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O primeiro deles, vestido de camisa preta, empurra uma das vítimas. A jovem cai no chão, consegue se levantar e acaba derrubando o homem. Em determinado momento, ele dá um chute na vítima para que ela se afaste.

A confusão continua. Uma segunda jovem é imobilizada por três homens: dois de camisa vermelha e um terceiro, vestido de branco, que chega posteriormente. A mulher tenta se soltar, sem sucesso. O vídeo é encerrado em seguida. Inicialmente, o caso foi registrado na Seccional de São Brás por policiais militares que atenderam a ocorrência.

Com a repercussão, dois dias depois, uma das vítimas das agressões registrou o boletim de ocorrência na Delegacia de Combate a Crimes Discriminatórios e Homofóbicos (DCCDH). Ela estava acompanhada de familiares e de uma equipe da Secretaria Extraordinária de Cidadania e Direitos Humanos (SecDH), da Prefeitura de Belém.

A segunda vítima estava internada em um hospital psiquiátrico de Belém, bastante abalada emocionalmente. A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil para checar informações atualizadas sobre o caso, mas ainda não teve retorno. A equipe também segue tentando localizar os taxistas envolvidos no caso.

Denúncias

 

O presidente em exercício do Movimento LGBTQIA+ do Pará, Beto Paes, recomenda que as vítimas de LGBTQIA+fobia façam denúncias através do Disque 100 e Disque-Denúncia 181. Presencialmente, os casos podem ser registrados na DCCDH. “Mas nós lutamos para que possamos denunciar em qualquer delegacia sem sermos vítimas novamente”, declara.

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