Refém na Augusto Montenegro: relembre casos que marcaram o Brasil
Em São Paulo, em 2008, ação criminosa durou 100 horas e terminou na morte de Eloá Cristina Pimentel; em Belém, houve um caso que durou três dias
A ocorrência com refém, na avenida Augusto Montenegro, em Belém, é, seguramente, um dos mais longos casos dessa natureza registrados no Pará. Outras ocorrências assim já foram registradas no Brasil e mobilizaram a população.
Em 13 de outubro de 2008, Lindemberg Alves Fernandes, de 22 anos, inconformado com o fim do relacionamento, invadiu o apartamento da ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos. Ela estudava acompanhada dos amigos Nayara Rodrigues da Silva, Iago Vilera e Victor Campos.
Na mesma noite, o sequestrador libertou os dois rapazes. No dia seguinte, Nayara chegou a deixar o local, mas, numa atitude inesperada, retornou ao cativeiro para ajudar nas negociações, informou O Globo.
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A ação criminosa durou cerca de 100 horas e terminou de maneira trágica. O sequestro se arrastou até o início da noite de 17 de outubro, quando a polícia invadiu o apartamento. Acuado, Lindemberg disparou contra as meninas. Eloá morreu com um tiro na cabeça e outro na virilha. Nayara foi atingida no rosto, mas sobreviveu. O crime aconteceu em Santo André, no ABC paulista.
Em 16 de fevereiro de 2012, Lindemberg Alves foi condenado a 98 anos e dez meses de prisão pelos 12 crimes pelos quais foi julgado. Em 12 de junho de 2000, durante quase quatro horas, o assaltante Sandro do Nascimento manteve dez passageiros como reféns em um ônibus da linha 174, no Rio de Janeiro. Chegou a simular a morte de uma delas, a estudante Janaína Lopes, que foi obrigada a permanecer deitada no chão do coletivo por mais de uma hora.
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No Rio de Janeiro, criminoso fez 39 reféns dentro de um ônibus por três horas e meia
O desfecho também foi trágico. O bandido desceu do ônibus usando a professora Geisa Firmo Gonçalves como escudo. Foi quando o soldado Marcelo de Oliveira Santos, do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope), tentou matar o sequestrador. Mas ele atingiu apenas a refém, que levou ainda três tiros disparados pelo assaltante e morreu.
Sandro morreu asfixiado, no interior do camburão em que era levado ao hospital Souza Aguiar. Os policiais militares - o capitão Ricardo de Souza Soares e os soldados Flávio Durval Dias e Márcio Araújo David - foram acusados de homicídio qualificado, mas, em dezembro de 2002, foram absolvidos, por quatro votos a três, pelo IV Tribunal do Júri do Rio.
Um criminoso fez 39 reféns dentro de um ônibus por três horas e meia - a maior parte na Ponte Rio-Niterói - no dia 20 de agosto de 2019. Às 9h04, o sequestrador, identificado como Willian Augusto da Silva, foi baleado por um atirador de elite ao descer do coletivo.
Às 9h18, a PM afirmou que o sequestrador estava morto e que todos os reféns passavam bem. A arma que ele portava era de brinquedo. O bandido anunciou o sequestro às 5h25. Meia hora depois, já na Ponte, ele ordenou ao condutor para atravessar o veículo na pista sentido Rio. Seis pessoas foram libertadas ao longo das negociações.
Em Belém, assalto com refém termina na morte de militar da Aeronáutica
Em Belém, em 13 de maio de 2022, assalto com reféns termina com cabo da aeronáutica assassinado dentro de ônibus. O cabo da Aeronáutica Jax Coelho Garcia, de 39 anos, foi morto com dois tiros, um deles na cabeça. Tudo começou perto das 21 horas, quando os jovens Anderson e Ivanilson anunciaram o assalto ao coletivo Marituba-Ver-o-Peso, que fazia sua terceira e última viagem no sentido Marituba/Doca/Ver-o-Peso.
Os dois entraram no ônibus na altura do Entroncamento e ficaram na parte traseira do carro. Eles só se manifestaram quando o veículo estava na avenida Pedro Álvares Cabral próximo à avenida Tavares Bastos.
O cabo da Aeronáutica reagiu, sacou a arma e imobilizou um dos homens, mas o outro veio por trás, deu um tiro que atingiu a coxa do militar e, em seguida, o disparo na cabeça, matando Jax, instantaneamente. No início da tarde de 20 de novembro de 2021, três suspeitos foram presos, após um assalto com refém registrado na avenida Augusto Montenegro, próximo à entrada do conjunto Tapajós, em Belém.
Testemunhas contaram que o trio estava praticando assaltos na área, quando foram perseguidos por homens da Polícia Militar. Na fuga, os criminosos entraram em uma vila, chamada Portelinha, invadiram uma casa e fizeram cinco pessoas de reféns.
Durante a negociação, que durou cerca de uma hora, houve troca de tiros. Um dos suspeitos foi atingido e socorrido pelo resgate do Corpo de Bombeiros. Em seguida, outro se entregou. Após a chegada de um familiar, o terceiro criminoso também se rendeu, liberando a refém.
Revolta no então presídio São José durou cerca de 30 horas
Em 1988, uma revolta dos presos no hoje extinto Presídio São José, em Belém, começou no dia 28 de fevereiro, durou cerca de 30 horas de revolta e resultou na morte de três pessoas, nove reféns e muitos feridos.
E, em abril de 1989, um assalto que começou no Rio Grande do Norte terminou com um refém e negociações de três dias no aeroporto internacional de Belém. Em um avião, estavam cinco assaltantes e o gerente do antigo Banco do Nordeste, de onde havia sido roubado, em dinheiro da época, milhões de cruzados.
Veja um dos momentos tensos durante a negociação:
Veja imagens da ação envolvendo reféns que durou mais de 17 horas:
Tia de Yan alegou que ele não é criminoso:
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