Polícia Federal prende servidor público suspeito de comércio ilegal de madeira no Pará
Investigação aponta movimentação de mais de R$ 26 milhões com madeireiras que devastam reservas extrativistas
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A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quinta-feira (13), um servidor público suspeito de envolvimento com o comércio ilegal de madeira no Pará. Ele teve mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão cumpridos em Belém. Em Anápolis (GO), outro investigado também foi alvo de busca e apreensão, informou a PF.
Durante a operação, os agentes encontraram na residência do servidor uma espingarda calibre 28 sem registro, além de oito munições. Celulares e um veículo também foram apreendidos. Como medida cautelar, o investigado foi suspenso do exercício de sua função pública.
A investigação teve início após a identificação de transações financeiras atípicas em nome do servidor, que somavam mais de R$ 26 milhões em créditos e débitos. As movimentações incluíam depósitos e saques fracionados incompatíveis com sua remuneração oficial, além de transações com pessoas e empresas do setor madeireiro.
O inquérito revelou ainda a ligação do servidor com um empresário de Anápolis (GO), que, apesar de não possuir uma empresa formalmente registrada no ramo madeireiro, utilizava uma transportadora para movimentar grandes quantidades de madeira, supostamente de origem ilegal, segundo a PF. Ainda de acordo com a polícia, em redes sociais, o empresário se apresenta como madeireiro e divulga vídeos sobre suas atividades.
As investigações também apontaram que o servidor remetia dinheiro para pessoas e empresas localizadas em Anajás, Porto de Moz, Breves, Moju e Portel, municípios conhecidos pelo alto índice de desmatamento ilegal, especialmente em Reservas Extrativistas. Essas áreas são protegidas por lei para garantir os meios de vida e a cultura das populações tradicionais.
Os suspeitos poderão responder por crimes como comércio ilegal de madeira, lavagem de dinheiro e receptação qualificada. A Polícia Federal segue com as investigações para identificar outros possíveis envolvidos no esquema.
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