Polícia confirma 3 paraenses entre vítimas de acusado de escravizar sexualmente mais de 170 mulheres
Roney Schelb chantageava mulheres pela internet, obrigando-as a passarem por diversos abusos sexuais
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que três paraenses estão entre as vítimas de Roney Schelb, homem de 30 anos preso acusado de ser um estuprador em série, chantageando mulheres pela internet. Segundo reportagem do Fantástico deste domingo (20), ele escolhia suas vítimas nas redes sociais, se aproximava das mulheres, prometia pagar por nudes - fotos e vídeos sensuais -, enviava falsos recibos de transferência bancária e depois que recebia as primeiras imagens, começavam as chantagens.
Roney foi preso durante a Operação Sodoma, desencadeada para reprimir crimes contra a dignidade sexual praticados pela internet, evidenciando estupros praticados em mais de cem vítimas. Segundo a Polícia Civil de MG, o homem não teve contato físico com as três vítimas paraenses, cometendo o que o delegado Magno Machado Nogueira chamou na entrevista ao Fantástico de "estupro virtual".
O investigado foi detido em Juatuba, Região Metropolitana de Belo Horizonte, no começo de outubro. O crime foi praticado em dezenas de cidades, em 13 estados do país. Com o suspeito foram apreendidos diversos materiais, entre eles computador, notebook, tablet, aparelhos celulares, chips telefônicos, pendrives, CD's, além de vários objetos e produtos eróticos e pornográficos.
"Após os primeiros contatos, o indivíduo conseguia imagens íntimas das mulheres, oportunidade em que iniciavam as extorsões. Após serem ameaçadas, o autor obrigava as vítimas a enviarem vídeos eróticos e a se encontrarem com o mesmo, praticando uma série de estupros" afirmou o delegado responsável pelo caso, do Departamento Estadual de Investigação de Fraudes (DEF).
Roney era líder em um grupo de jovens da Renovação Carismática de uma igreja católica em Muriaé, na Zona da Mata Mineira. Mas, de acordo com a investigação da Polícia Civil, toda essa religiosidade era parte de um personagem criado por ele.
Segundo investigações, o suspeito mantinha um banco de dados com informações pessoais das vítimas, com fotos, vídeos e informações de familiares. Ele possuía a senha das redes sociais das vítimas, conseguindo total controle psicológico através de graves ameaças. Além dos diversos estupros, o suspeito praticava vários atos de sadismo, visando puramente o sofrimento e o desespero de suas vítimas. Eram determinadas ações constrangedoras para as vítimas, como a realização de sexo com cães e homens aleatórios em ruas, e exigido que elas filmassem todos os atos para, depois, encaminhá-lo.
Durante as investigações foi possível identificar também que o suspeito exigia que as vítimas assinassem um contrato de escravidão. Além de assinar o referido documento, as vítimas teriam que gravar um vídeo confirmando que estariam de acordo com o tal documento. Já foram identificadas mais de cem vítimas, todas do sexo feminino, sendo mulheres e adolescentes. As investigações irão prosseguir para identificação de outras supostas vítimas e elucidação de todos os fatos.
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