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Paraense morta na França: família faz apelo para trazer corpo da moça a Belém

Mãe de Beatriz Souza foi comunicada de que, caso o corpo dela não seja retirado até o dia 10 de abril, ela será enterrada como indigente, em um cemitério de Paris

João Paulo Jussara
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A família de Beatriz Souza, mulher transexual paraense de 38 anos encontrada morta no dia 7 de fevereiro, dentro de um apartamento em Paris, na França, está passando por uma situação difícil. Eles foram informados pelo órgão equivalente ao Instituto Médico Legal (IML) do país europeu de que, caso o corpo dela não seja retirado e encaminhado para Belém até o próximo dia 10 de abril, ela será enterrada como indigente em um cemitério parisiense. A mãe, Vilma Souza, conseguiu enviar um ofício à Casa Civil do Governo do Pará pedindo que o órgão interceda no traslado do corpo, e agora aguarda uma resposta.

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Após a repercussão do caso, que foi divulgado em vários meios de comunicação, uma deputada federal do Pará resolveu intervir e, através de um escritório de advocacia, enviou um ofício ao Chefe da Divisão de Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores, solicitando esclarecimento sobre as medidas que já tinham sido tomadas e quais informações disponibilizadas à família de Beatriz.

Em seguida, o Consulado do Brasil, localizado em Paris, encaminhou um ofício ao IML local informando que o corpo já estava liberado e poderia ser feito o traslado para Belém. No entanto, o órgão francês estabeleceu o prazo de até dia 10 de abril para a retirada do corpo, caso contrário, Beatriz será sepultada no cemitério Thiais Parisien, na ala reservada aos indigentes.

Por não ter condições de arcar com o custo do traslado, a mãe da paraense, Vilma Souza, disse que está desesperada com a possibilidade de não poder prestar as últimas homenagens à filha ou mesmo visitar o túmulo dela. "Eu nem durmo. A minha pressão está alta demais, pensando a todo momento em trazer o corpo dela e não tenho condições. Eu só queria uma ajuda pra fazer esse traslado, o tempo já está esgotando, eu peço que o Governador me ajude, estou desesperada", disse, em entrevista exclusiva a O LIBERAL.

Agora, tudo que resta a Vilma Souza é aguardar e torcer para que o Governo do Pará interceda no caso e ajude a trazer o corpo da filha para ser enterrado em Belém. A reportagem solicitou nota à Casa Civil do Governo do Pará sobre o caso e aguarda resposta.

Relembre o caso

Beatriz Souza foi encontrada morta dentro de um apartamento, na madrugada de segunda-feira, 7 de fevereiro, em Paris, na França. De acordo com informações repassadas pela família da vítima, a suspeita é de que a ex-companheira tenha colocado substâncias ilícitas na bebida dela, provocando uma overdose. As autoridades policiais do Brasil e da França, porém, ainda não confirmaram oficialmente essa linha de investigação.

De acordo com as primeiras informações apuradas pela família e junto a colegas da paraense, há suspeitas de que Beatriz, apesar de acompanhada, teria sido deixada agonizando, sem socorro, dentro do imóvel. Os vídeos gravados por um acompanhante sustentam essa versão.

Em um dos registros feitos pela pessoa que estava no quarto com Beatriz, pode-se ver a paraense implorando por socorro, enquanto estava no chão, visivelmente debilitada, ao lado da cama do quarto. As imagens mostram a porta de um guarda-roupa arrebentada. Há ainda outros sinais de destruição, como uma tomada e pedaços de parede estilhaçados ao chão. "Ai meu Deus, ai meu Deus... por favor, amiga, por favor, amigo... por favor amigo. Tem misericórdia, amiga", dizia a paraense.

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