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Pará registra 116 mortes por afogamento nos primeiros nove meses de 2021

O mês de maior incidência foi julho, período das férias escolares, com 18 ocorrências

O Liberal
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De janeiro a setembro deste ano, 116 casos de afogamentos fatais foram registrados em todo o Estado do Pará, segundo levantamento divulgado pelo Governo. O mês de maior incidência foi julho, período das férias escolares, com 18 ocorrências. Em seguida, vem abril, com 15 casos, e junho, 14 casos de morte. Março registrou o menor número, nove afogamentos, período em que o Pará estava em lockdown devido à pandemia. 

Os dados apontam que homens formam a maioria das vítimas, com 101 casos, enquanto entre as mulheres esse número foi de 15 afogamentos. Do total de ocorrências, a maior parte - 72 - ocorreu em rios; três em praias e 41 em outros lugares. Não houve casos em piscinas. Esses números correspondem apenas aos atendimentos feitos pelo Corpo de Bombeiros e, segundo o próprio governo, certamente há um quantitativo maior sem notificação, porque os próprios familiares encontram os corpos das vítimas e as autoridades não são acionadas em muitos dos casos.

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Registros em alta

De acordo com o tenente-coronel Ricardo Anaissi, comandante do 1° Grupamento Marítimo Fluvial (GMAF), afogamentos são ocorrências comuns no Pará, em todas as regiões, já que o estado é cortado por rios. Em julho de 2020 foi registrado um número bastante alto para os padrões: 32 ocorrências, em uma época que muita gente estava em casa por causa da pandemia de Covid-19.

“Os afogamentos só não são fatais durante operações do Corpo de Bombeiros em praias, no veraneio e finais de semana prolongados. Ocorre nas mais diversas faixas etárias e com ambos os sexos, mas o mais comum é entre homens jovens, de 15 a 25 anos, não sei se pelo arroubo juvenil de mostrar habilidade. Boa parte envolve uso de álcool e outras substâncias, especialmente no interior", explica Ricardo Anaissi. Outra situação envolve crianças, que se afogam em função da desatenção dos pais ou responsáveis.

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"Se não for área específica para banho, não entre", aconselha o comandante. "Existe uma diversidade de perigos que nem nós conhecemos, principalmente na foz do rio Pará até Breves, também no Baixo Tocantins, onde há influência das marés oceânicas", detalhou, pedindo atenção aos banhistas.

Casos recentes

Os números divulgados ainda não consideram os vários casos registrados em outubro e novembro de 2021. No começo deste mês, no dia 07, os Bombeiros localizaram o corpo de um homem que havia pulado da orla da Estação das Docas, em Belém, um dia antes. De acordo com testemunhas, o homem estava sozinho quando, por volta das 22h45, passou pelo parapeito e pulou no rio. Algumas pessoas correram até um trapiche para tentar resgatá-lo, mas ele desapareceu rapidamente.

Em 10 de novembro, o corpo de Alexandre Oliveira de Souza, 30 anos, trabalhador que sumiu nas águas do rio Guamá no dia anterior, foi encontrado em um porto na avenida Bernardo Sayão, bairro da Condor. O homem trabalhava na área portuária de Belém e sumiu ao fim do dia de trabalho. Alexandre e seu pai estavam se preparando para ir para casa após o fim do expediente na balsa em que trabalhavam, ancorada próximo ao Porto Henvil, que faz a travessia ao Arapari. Por volta das 18h, ele pulou na água e foi puxado para o fundo do rio. 

No começo desta semana, o jovem identificado como Pedro Fernando, que havia desaparecido durante um banho no rio nos arredores do Parque Estadual do Utinga, foi localizado na madrugada de terça-feira (23). Ele possivelmente morreu afogado. As últimas pessoas que o viram relataram que ele estava fazendo sinais de que estava se afogando e então não foi mais visto. As buscas também foram feitas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Pará.

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