Naufrágio na ilha de Cotijuba: ‘Lutou pela própria vida’, alega defesa de comandante sobre omissão
De acordo com pescadores que ajudaram no resgate, Marcos pedia para ser levado com urgência à beira do rio, pois estava tendo um infarto
O comandante da lancha “Dona Lourdes II”, Marcos de Souza Oliveira, 34 anos, está sendo investigado pela Polícia Civil por homicídio doloso, com agravantes de outros crimes, como omissão de socorro. Ele teria sido uma das primeiras pessoas a ser resgatadas no naufrágio na Ilha de Cotijuba, ocorrido na última quinta-feira (8), em Belém. Segundo pescadores que ajudaram no resgate, Marcos pedia para ser levado com urgência à beira do rio, pois estava tendo um infarto. Porém, assim que chegou à faixa de areia, teria fugido do local juntamente com a esposa.
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Em entrevista à reportagem de O Liberal, neste domingo (11), o advogado de Marcos, Dorivaldo Belém, falou sobre a acusação de omissão de socorro. “Lutou pela própria vida”, argumentou. “Não é omissão de socorro, porque um barco naufragando, todo mundo caindo, num estado de necessidade, cada um quer chegar na beira (do rio). Isso é normal em qualquer lugar. E a lei diz que isso não é crime”, defendeu Dorivaldo.
Para ele, a tipificação do crime é uma questão de atender ao clamor da sociedade. “Diante de uma comoção dessa, de um acidente pavoroso, muitas mortes, é evidente. Isso é para compensar a dor, para dar uma resposta, para aliviar, mostrar que estão sendo tomadas providências. Mas, depois que baixar a poeira, tenho certeza que não vão mais pensar assim. Quem é que sai de casa, pega setenta passageiros para matar? Ele está dentro do barco, a mulher dele está lá. Ele sai de lá para fazer transporte, para ganhar dinheiro. É o dinheiro que sustenta a sua família”, afirmou o advogado.
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