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Naufrágio em Cotijuba: sobreviventes e familiares de vítimas são ouvidas em audiência nesta terça

Pelo menos oito testemunhas de acusação são esperadas pelo juízo do 2º tribunal do júri de Belém

Camila Guimarães e Saul Anjos
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A audiência de instrução e julgamento que dá continuidade ao julgamento do caso envolvendo o naufrágio da lancha 'Dona Lourdes II', que aconteceu próximo à Ilha de Cotijuba, no dia 8 de setembro de 2022, na qual 24 pessoas morreram, começou nesta terça-feira (1º/10). Pelo menos oito testemunhas de acusação, entre elas sobreviventes e parentes de vítimas, são esperadas pelo juízo do 2º Tribunal do Júri de Belém. A audiência começou às 9h e é presidida pelo juiz Homero Lamarão Neto, no plenário 'desembargador Nelson Amorim', que fica no prédio do Fórum Criminal, localizado no bairro da Cidade Velha. 

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Layanni Batalha, 29 anos, é parente de uma das vítimas e também de um sobrevivente. A mãe dela, Dalva Batalha, 50, e o filho mais velho, Daniel Batalha, 8, estavam na lancha antes dela afundar nas proximidades da ilha de Cotijuba. A embarcação saiu do Marajó, de um porto clandestino localizado na comunidade de Camarazinho, em Cachoeira do Arari, e tinha como destino final a capital paraense. Ao todo, 87 pessoas estavam a bordo.

Dalva e o neto, Daniel, moravam no Marajó e vinham a Belém para conhecer a irmã mais nova de Layanni, que nasceu 19 dias antes do naufrágio. Quando a lancha naufragou, Dalva morreu no naufrágio e Daniel, que na época do acidente tinha seis anos, sobreviveu. “Ela conseguiu concluir a missão dela de trazer para conhecer a irmã dele, só que infelizmente se foi. A minha mãe (Dalva), que não sabia nadar, colocou o colete nele e o colete que ela botou nela mesma, segundo o relato do meu filho, estava rasgado”, disse. 

Segundo Layanni, após dois anos da tragédia, a luta por justiça não terminou. “Lutamos muito para que esse dia acontecesse. Nós não paramos e cobramos de todos os órgãos responsáveis. Esperamos uma resposta positiva do juiz e acreditamos nos nossos advogados. Seguimos sofrendo a nossa dor, não tivemos luto. Apenas criamos forças e fomos à luta, para que essa tragédia não ficasse impune. É uma mistura de sentimentos”, afirma Batalha. 

Conforme apontaram as investigações da época, o comandante da embarcação driblava as fiscalizações realizadas pela Marinha - de acordo com o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), ele responde por homicídio e tentativa de homicídio, estando, atualmente, cumprindo medidas cautelares. No processo, o comandante da embarcação é réu por 24 homicídios e outras 62 tentativas de homicídio. 

Relembre o caso 

A lancha “Dona Lourdes II” naufragou no dia 8 de setembro de 2022, na Baía do Marajó, próximo à Ilha de Cotijuba, em Belém. O naufrágio resultou na morte de 24 pessoas (13 mulheres, seis homens, quatro crianças e um bebê).  A última vítima fatal a ser encontrada morta foi Sophia Loren Andrade dos Santos, de apenas 4 anos, após 26 dias de buscas nas águas. Os sobreviventes foram 66. A embarcação operava de forma clandestina, não estando autorizada a oferecer o serviço de transportes de passageiros. Além disso, os equipamentos de segurança, como os coletes, estavam em desconformidade com as normas em vigência.

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