Luma Bony pode ter sido atirada pela janela, diz defesa do acusado; família da vítima nega
Procurado na noite deste domingo (5), o advogado criminalista Filipe Silveira, que atua na defesa da família Bony, disse que as afirmações não possuem relevância para o processo que trata do vazamento de vídeo íntimo sem consentimento
O advogado criminalista Jaime Rocha Júnior, que atua na defesa do sobrinho dele, Maurício César Mendes Rocha Filho, 25, o “Hétero Top”, usou as redes sociais neste domingo (5) para afirmar que a influenciadora digital Luma Bony, 23, pode ter sido atirada pela janela de um prédio localizado no centro de Belém, em novembro do ano passado. Com essa versão, Jaime diz, então, que Luma não cometeu suicídio, como defende a família da influenciadora.
No vídeo publicado por Jaime, o advogado aparece com um papel em mãos, o qual supostamente se trata de um laudo que teria sido enviado a ele anonimamente. “Neste laudo que foi me enviado anonimamente e que eu tento autenticar há três meses pela Justiça, há outra informação contundente. Debaixo das unhas da suposta vítima, foi encontrado tecido epitelial de alguém. Mas está reservado esse material no IML para confrontação com os possíveis suspeitos”, alegou.
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“Maurício pode estar sendo usado como “bode expiatório” para encobrir um crime. Luma pode ter sido atirada pela janela”, declarou o advogado, ao questionar os trabalhos da Polícia Civil, bem como do Ministério Público do Pará (MPPA), e pedir investigação para esse suposto acontecimento.
Assista ao vídeo:
Maurício segue preso desde dezembro
Maurício César Mendes Rocha Filho está preso desde dezembro passado, na Cadeia Pública de Jovens e Adultos (CPJA), em Americano, no município de Santa Izabel do Pará, na região metropolitana de Belém. Ele é acusado de vazar vídeos íntimos da influenciadora digital Luma Bony. O crime ocorreu em 6 de novembro de 2022. Dois dias depois, Luma teria se jogado do sétimo andar de um prédio localizado no centro de Belém.
Para a família de Luma, Maurício é o principal responsável pela morte dela. Os familiares dizem que o rapaz embebedou, drogou, abusou e filmou a influenciadora, que estava desacordada, publicando o vídeo íntimo em sua antiga rede social.
Maurício teria exigido dinheiro da vítima fazendo chantagem para não enviar o vídeo ao pai dela, conforme conta o próprio genitor, o empresário Bony Monteiro. O rapaz não recebeu a quantia que estaria pedindo e, então, vazou a gravação.
Afirmações não possuem relevância para o processo em discussão, diz defesa da família Bony
A Redação Integrada de O Liberal procurou, na noite deste domingo (5), o advogado criminalista Filipe Silveira, que atua na defesa da família Bony. Silveira avalia que as afirmações contidas no vídeo publicado por Jaime Rocha Júnior não possuem relevância para o processo que trata do vazamento de vídeo íntimo sem consentimento. Além disso, segundo Silveira, é preciso considerar que “o advogado é tio de Maurício (irmão do pai)”.
“Ele tenta defender não o Maurício, mas o nome e a honra da família. O laudo está nos autos, mas ele insiste em dizer que não tem confirmação da justiça. Ele ignora e, propositadamente, omite diversos relatos existentes nos autos. Inclusive do próprio Maurício, que confirma ter tido relação sexual com a Luma, e jamais negou que publicou o vídeo na internet”, considerou Silveira.
Conforme Silveira, o advogado Jaime Rocha Júnior usa o laudo para colocar em dúvida se houve estupro e se Luma estava drogada. “Ocorre que, até o presente momento, Maurício somente foi denunciado por ter divulgado na internet cena de sexo sem consentimento. Ele também omite o fato de existirem outros processos contra Maurício, por outras mulheres, inclusive, pela própria madrasta”, destacou Silveira.
“Em outras palavras, ao invés de discutir a inocência de Maurício, ele tenta jogar a atenção das pessoas fazendo ilações que, primeiro, não se referem ao processo em discussão e, segundo, manifestações não-técnicas. Por exemplo, em determinado vídeo, ele divulga que um suposto farmacêutico teria apresentado um laudo de que o LSD somente poderia ser encontrado no corpo humano até nove horas após o uso. Se isso fosse verdade, simplesmente, não existiria exame toxicológico, e, muito menos, a possibilidade de identificação de doping no esporte”, observou.
“Então, em que pese eu compreenda a pressão familiar que deve estar sofrendo, penso que essas considerações não possuem a menor relevância para o processo em discussão”, reforçou Silveira.
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