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Justiça condena 'satanista' acusado de matar ex-sogra a 30 anos de prisão

Marcos Fernando assassinou a vítima com golpes de faca e ligou para a ex-companheira dizendo que a "culpa" era dela pelo crime

Kamila Murakami
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Marcos Domingos Pereira, de 30 anos, acusado de assassinar a ex-sogra com golpes de arma branca, foi condenado a 30 e sete meses de prisão e um ano e 15 dias de detenção, além de multa, pelo Tribunal do Júri de Brasília (DF). O julgamento foi realizado na última quinta-feira (4).

Marcos, que chegou a se autointitular como “satanista” durante o processo, foi condenado pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (por motivo torpe, emprego de meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio), furto, descumprimento de medidas protetivas e ameaça. De acordo com a sentença, o homem deverá cumprir a pena em regime inicial fechado, sem a possibilidade de recorrer em liberdade. 

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Crime brutal

O caso aconteceu em fevereiro de 2022, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG) em Brasília (DF). Marcos Fernando esfaqueou a ex-sogra em um ônibus na capital federal, os golpes atingiram a cabeça e axila da vítima que ainda teve os dedos decepados ao tentar se proteger. Após o feminicídio, o homem chegou a furtar o celular da vítima e fazer ameaças aos familiares, dentre eles a ex-esposa.  

No momento do ataque, a filha falava com a mãe pelo telefone. Ela chegou a ouvir a vítima pedindo que o ex-marido não cometesse o crime. “Ela me disse que ele estava no ônibus e eu falei para que não descesse. Acho que no pânico, ela acabou descendo e achando que daria para correr”, contou.

Durante a ligação, a filha ouviu a conversa entre a mãe e Marcos. “Não, Marcos! Para, Marcos!”, foi o que identificou.

“Depois só veio um grito e não tive mais resposta”, contou. Logo depois de cometer o feminicídio, Marcos mandou uma mensagem à ex-companheira assumindo a autoria cometido o crime. “Ele falou que a culpa era minha de isso ter acontecido”, lamentou.

Julgamento

Segundo o juiz presidente do Júri, Marcos apresenta características extremamente negativas de personalidade. “Confessou que sempre cultivou o mal, inclusive declarando que em grande parte da vida foi satanista, e isto se refletiu, à evidência, no modo como se comporta”, contou.

Ainda de acordo com o magistrado, os depoimentos do réu e as mensagens que encaminhava às vítimas demonstram maldade, frieza, espírito vingativo e violento.

“O tom de suas mensagens revela um indivíduo não apenas capaz das maiores atrocidades, como ainda alguém despido de remorso e que se compraz com a dor alheia. Depois de matar a vítima absolutamente indefesa e que nenhum mal lhe causara, quis causar mais sofrimento a ex-companheira, contando-lhe sobre o crime e enviando-lhe fotos do corpo da mãe”, afirmou o juiz.

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