Estudante que esfaqueou colega em Icoaraci pesquisava crimes semelhantes no celular da mãe
Mãe do jovem afirma que ele não era agressivo e ainda sofria bullying
O estudante de 17 anos que esfaqueou outro, na tarde da última quinta-feira (30), dentro da Escola Professora Palmira Gabriel, no distrito de Icoaraci, em Belém, vinha utilizando o celular da mãe para pesquisar informações sobre crimes semelhantes no Brasil, segundo o inquérito do caso. As informações são de O Globo.
O jovem tinha pesquisado atentados como o ocorrido na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste de São Paulo, em que um aluno matou uma professora também com golpes de faca. A mãe do adolescente, em entrevista ao site, chegou a afirmar que ele não era agressivo. Ela contou ter recebido a informação do atentado por meio de um grupo em um aplicativo de mensagem e decidiu ir até a unidade. Ao chegar lá, ela conta que foi informada pela polícia que o filho era o responsável pelo ataque:
"Nunca passou pela minha cabeça que ele seria capaz de fazer isso. [...] Eu sinto muito pela mãe que teve o filho machucado [...]. Eu quero pedir perdão a essa mãe, de coração, porque poderia ser o meu filho, podia ser o contrário, meu filho ter sido esfaqueado. E eu sinto as duas dores. Peço a Deus que nada seja grave", relatou a mãe, que não foi identificada. "É um menino que estudava, super prestativo com os outros, muito dedicado. Quem conhece ele sabe como ele é. Ele não é agressivo".
Diferentemente, professores do adolescente teriam constatado que ele fazia uma série de desenhos relacionados à "morte" em seus cadernos. A mãe chegou a afirmar ter repreendido esse comportamento e chegou a rasgar e queimar um caderno do filho por conta dos registros. Ainda segundo o relato da mãe, o comportamento introspectivo do garoto seria resultado do bullying que ele sofria de outros adolescentes na vizinhança.
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Medidas para as escolas
Secretário de Educação do Pará, Rossieli Soares afirmou que as aulas na unidade irão retornar na próxima segunda-feira, dia 3 de abril, e, por conta do ocorrido, uma série de ações foram planejadas para serem implementadas nas escolas com intuito de impedir que casos como esse não se repitam. Rossieli afirma que a prioridade é fomentar um “processo de escuta” junto à comunidade, para que ações sejam pensadas e executadas em conjunto entre pais, alunos, professores e demais envolvidos.
Segundo ele, haverá contratações de profissionais que atuem na área psicossocial, para acompanhamento de alunos e de profissionais da área, tanto nas escolas como à distância. Também haverá reforço policial, incluindo agentes da reserva, para o reforço do policiamento, aumentando a ostensividade de rondas escolares.
Rossieli destacou que é importante que pais e responsáveis acompanhem os conteúdos aos quais os filhos estão tendo acesso na internet. Ele ressalta ser fundamental que haja atenção para o que classifica como “influências externas”, que seriam responsáveis por fomentar casos de violência.
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