Corpo de paraense morto em acidente em MG é liberado nesta quinta (10/4), informa família

O corpo do paraense Kleyton Serra da Silva, de 40 anos, vítima de um acidente envolvendo um ônibus que transportava passageiros em Minas Gerais, deve ser liberado do Instituto Médico Legal (IML) de Uberlândia nesta quinta-feira (10/4). As informações foram repassadas pela tia da vítima, Ana Serra, uma das familiares que está à frente das questões burocráticas para trazer o corpo do trabalhador ao Pará.

“O meu marido viajou até Minas para resolver essas questões da liberação do corpo. Ele está nos mantendo informados sobre tudo o que acontece lá. Ele já disse que o corpo do meu sobrinho deve ser liberado na noite de hoje. As famílias das pessoas que morreram no acidente, inclusive a nossa, estão aguardando o médico que vai dar o atestado de óbito para ser registrado em cartório, para poder o corpo ser liberado”, informou a familiar.

Kleyton era natural de Barcarena, no nordeste do Pará. Ele foi um dos 11 mortos no grave acidente envolvendo o ônibus da empresa Real Expresso. O veículo havia saído de Anápolis (GO) por volta das 20h30 de segunda-feira (7) e tinha como destino a cidade de São Paulo (SP). Ao todo, 53 pessoas eram transportadas, incluindo o motorista. No entanto, o ônibus capotou na madrugada de terça-feira (8), na rodovia MG-223, entre Araguari e Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, em Minas Gerais.

De acordo com a familiar de Keyton, ele iria descer do ônibus em Minas Gerais, onde trabalhava. “Ele morava aqui em Barcarena e trabalhava em uma empresa em Minas. Ele tinha passado duas semanas aqui com os pais e já tava voltando para lá, ia passar uns dois meses lá. Era sempre assim. Ele passava uns meses trabalhando, depois voltava quando terminava o serviço. Quando tinha outra obra, ele retornava para Minas. O Kleyton saiu de Belém em um ônibus que ia para Goiás e lá ele pegou esse ônibus que passava por Minas Gerais. O acidente foi bem pertinho de onde ele ia descer, já tava pertinho do destino dele quando ele morreu”, lamenta Ana Serra.

Traslado

Segundo a familiar, a previsão é que o corpo de Kleyton chegue ao Pará no sábado (12). “A empresa dona do ônibus está arcando com todos os gastos para as vítimas. Quando o corpo for liberado hoje, como são cerca de 2.225 km, provavelmente vai durar cerca de 32 horas de lá para cá. Assim, está previsto que o corpo do Kleyton chegue no sábado em Barcarena. Lá ele vai ser velado na casa da nossa família e depois enterrado no domingo, mas ainda não sei em qual cemitério”, informa Ana.

Segundo a tia da vítima, os pais de Kleyton estão inconsoláveis com a morte do trabalhador. “Os pais dele são muito idosos, a mãe tem 73 anos e o pai tem 74 anos. Por isso que quem está resolvendo tudo sou eu e meu marido. Não queremos que minha irmã passe mal. Ela já ficou muito triste com a notícia do acidente. Temos receio por eles”, conta Ana Serra.

Acidente

O acidente com o ônibus ocorreu por volta das 3h40 da madrugada de terça. As informações iniciais são que o motorista perdeu o controle da direção e o veículo capotou, ficando tombado às margens da rodovia MG-223. As causas do acidente ainda estão sendo investigadas pela Polícia Civil de Minas Gerais. Todas as vítimas foram identificadas. São elas: três homens — dentre eles Kleyton Serra —, cinco mulheres e duas meninas, de 2 e 6 anos. Uma sexta mulher chegou a ser levada ao hospital, mas não resistiu. A identidade dela ainda não foi confirmada oficialmente.

Segundo a tia de Kleyton, as vítimas que sobreviveram informaram que o acidente teria ocorrido devido ao motorista estar em alta velocidade. “As pessoas que sobreviveram contaram ao meu marido que o motorista tava correndo muito com o ônibus. Ele tava indo em alta velocidade e tentou fazer a curva naquela área que chamam de triângulo. Mas devido à velocidade, ele não conseguiu e o ônibus capotou”, relatou a tia da vítima. Os relatos dos sobreviventes estão sendo apurados nas investigações.

Segundo ela, Kleyton deixa três filhas adolescentes.