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Caso Isabela: menina completa dois meses desaparecida

Paradeiro, após morte da mãe e do padrasto, ainda é um mistério para a polícia. Isabela Lima Mendes do Amaral foi vista pela última vez no Dia das Mães

Tay Marquioro
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Prestes a completar dois meses do feminicídio que vitimou Gleiciane Lima Rabelo Amaral, o paradeiro da filha dela, Isabela Lima Mendes do Amaral, ainda é um mistério em Marabá, no sul do Pará. A apuração do caso começou na manhã do último dia 11 de maio, quando o corpo de Gleiciane foi encontrado, já em estado de decomposição, dentro de sua residência, na Folha 16, núcleo Nova Marabá. A criança de dez anos segue desaparecida

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Antes do corpo ser achado, o companheiro de Gleiciane, o técnico eleitoral Eliezer Amaral, já estava há muitos dias sem ir ao trabalho - e isso chamou a atenção de colegas, que foram procurar por ele no endereço da família. O mau cheiro que exalava da residência inicialmente não chegou a chamar a atenção dos moradores da área, que fica em frente a um terreno baldio, frequentemente usado como local de descarte irregular de lixo. Ao entrarem no local, os colegas de Eliezer identificaram o cadáver de Gleiciane, enrolado em diversos lençóis e toalhas, e acionaram as autoridades. Horas depois, circulava a notícia de que Eliezer havia se atirado sob um caminhão. Ele morreu na rotatória do bairro quilômetro 6, também na Nova Marabá. 

Morte chocou Nova Marabá

Na vizinhança, as lembranças daquela manhã trágica ainda estão bem vivas na memória de quem viu tudo de perto. “Hoje é que eu estou conseguindo falar um pouco de tudo isso, mas eu fiquei muito assustada. A gente nunca acha que algo assim pode acontecer tão próximo da gente, né?”, diz uma vizinha, que preferiu não se identificar. 

Questionada sobre a rotina da família, ela afirma que sempre achou Gleiciane reservada ao extremo. “A gente não via a Gleiciane, ela não saía de casa para nada, só o companheiro dela. Era sempre ele quem vinha na porta atender algum chamado, buscar algum pedido (de delivery)”, conta. “Eu só sabia que tinha gente aí porque, próximo às horas das refeições, eu sentia cheiro de comida sendo preparada”, conclui a vizinha. 

Família era reservada

Outra vizinha, que também não quis se identificar, mas se apresentou como proprietária do imóvel onde vivia a família, conta que, quando o corpo foi encontrado, uma irmã de Gleiciane comentou sentir falta do contato com ela. “A moça esteve aqui, disse que há dias a irmã (Gleiciane) não telefonava mais e que chegou a ligar para o cunhado para ter notícias. Ele disse que estava tudo bem, que a Gleiciane estava em viagem para Belém. Mas eu tenho certeza de que ela não chegou a fazer viagem nenhuma. Ninguém a via nem sair de casa”, afirma. 

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Sobre a relação dos responsáveis com a criança, a proprietária do imóvel conta que era difícil dizer qualquer coisa sobre a mãe, mas que o comportamento de Eliezer era de um cuidado que aparentava ser excessivo

Era ele quem deixava e buscava a criança na escola. Apesar dela já ser grandinha, ele tirava a menina do carro carregando no colo, sempre beijava e abraçava muito”, comenta. “Criança nessa idade costuma brincar, interagir, mas a Isabela não tinha contato com as crianças da rua. Tem gente aqui que diz que ele não gostava nem da proximidade dela com outros coleguinhas na escola”.

Última aparição foi no Dia das Mães

Segundo a proprietária, quando os colegas de Eliezer chegaram ao endereço, já não se via movimento na residência há três dias. “Não saía ninguém nem para botar o lixo fora. Quando eu abri o portão, não vimos o carro e imaginamos que eles estavam viajando e o mau cheiro poderia ser de alguma coisa estragada na geladeira. Até que uma moça que estava com eles disse que havia um monte de panos atrás do sofá, e o formato parecia com o de uma pessoa adulta”, relembra.

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“Nessa hora, todos saímos. A moça começou a passar mal e o colega dela já ligou para a polícia. Pelo que deu para ver, Gleiciane estava de calça e com uma blusa de manga comprida. Parecida a roupa que ela estava usando quando os três saíram na noite do Dia das Mães”, observa a vizinha, frisando que no dia 8 de maio foi a última vez que a menina Isabela foi vista

Na delegacia, as investigações sobre o paradeiro da menina não evoluíram muito no último mês. “Nós delimitamos o perímetro em que o Eliezer transitou. Sabemos que ele saiu de Marabá em direção a Vila Sororó, na zona rural, em um deslocamento extremamente atípico. Isso nos levou a crer que ele possa ter ido lá para desovar a criança. E nós focamos as buscas por lá, mas com resultado infrutífero”, explica o delegado Vinícius Cardoso, superintendente regional de Polícia Civil

Segundo o delegado, a procura por Isabela contou com o apoio do Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal, porém as buscas estão suspensas desde o final de maio e a retomada depende da coleta de informações a partir da perícia dos materiais apreendidos.

“O celular do Eliezer foi apreendido. O telefone da Isabela também foi recuperado, embora Eliezer tenha repassado o aparelho já formatado a uma pessoa como forma de um pagamento. Um notebook também foi recolhido. Esses materiais foram encaminhados para a perícia técnica e esse é um trabalho demorado”, afirma o delegado. 

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Recompensa por informações sobre a menina chega a 2 mil reais

Há uma recompensa em dinheiro no valor de R$ 2 mil pelo paradeiro da menina Isabela Lima Mendes do Amaral.  As informações podem ser encaminhadas ao Disque Denúncia do Sudeste do Pará pelo número de telefone (94) 3312-3350. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer telefone. Também é possível mandar fotos, vídeos, áudios e localização pelo WhatsApp (94) 98198-3350. Em ambos os casos, não é necessário se identificar.

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