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Caso Bruno Damasceno: irmão do estudante diz que laudo descarta marcas de agressão

Laudo pericial ficou pronto quatro meses após o corpo do estudante de veterinária ter sido encontrado em estado de decomposição no Rio Maguari, no bairro do Tenoné, em Belém

O Liberal
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Quatro meses após o corpo do estudante universitário Bruno Damasceno ter sido encontrado em avançado estado de decomposição no Rio Maguari, no Tenoné, o laudo pericial que poderia apontar a causa da morte chegou ao conhecimento da família de Bruno. Eles tiveram acesso ao documento em dezembro de 2022 e, segundo o irmão da vítima, Aldri Cavalcante, nenhum sinal de violência física foi observado na análise.

• Veja como foi a ida da família ao Centro de Perícias Científicas

Aldri explica que a perícia aponta afogamento como a causa da morte de Bruno, especificamente 'asfixia em meio líquido', não havendo sinais de agressões externas ou internas. As análises também deram negativo para qualquer violência sexual possível. Entretanto, o irmão do estudante morto enfatiza que nem tudo foi esclarecido, mesmo após quatro meses de análise pericial:

"O exame de sangue, o mais importante, não foi possível ser realizado, devido à amostra estar comprometida pela presença de muito barro e lodo, ficando inviável qualquer análise do mesmo", afirma Aldri.

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Aldri conta que o resultado da perícia chegou a ficar pronto antes de dezembro, mas a família só teve informação disso no último mês do ano passado. Ele também relata que, até o momento, nenhuma autoridade envolvida no caso - as polícias Civil e Científica do Pará - entrou em contato para detalhar o documento ou o futuro das investigações.

"A delegada responsável está de licença (férias) e só iremos tentar falar com ela, em fevereiro, quando ela deve retornar às atividades", explica Aldri.

Apesar de ter tido acesso ao laudo, Aldri diz que isso não conforta o coração da família, uma vez que nem tudo foi esclarecido e as investigações também não chegaram a uma conclusão sobre como foi a dinâmica dos acontecimentos envolvendo a morte de Bruno:

"Continuamos com o mesmo sentimento anterior ao acesso ao laudo. Continuamos sem respostas. O exame mais importante, que apontaria quaisquer substâncias que  pudessem ter dado ao meu irmão, estaria presente no sangue", lamenta.

A redação integrada de O Liberal aguarda retorno das polícias Civil e Científica.

Lembre o caso

O estudante de medicina veterinária Bruno Rafael Damasceno de Barros estava desaparecido desde o dia 6 de agosto, um sábado, após sair de um restaurante, localizado na avenida Marquês de Herval, no bairro da Pedreira. Jennifer Nascimento, prima do estudante, disse que ele saiu do estabelecimento sozinho e teria ido para a avenida Almirante Barroso. De acordo com Jennifer, a última localização do celular acadêmico foi em Ananindeua. 

A polícia investigou as imagens onde Bruno aparece antes de desaparecer, em Belém. A mãe do estudante contou que a delegada Maria Lúcia, da Polícia Civil, analisou as imagens das câmeras de segurança de um restaurante localizado na avenida Marquês de Herval, onde o filho esteve no dia 7 de agosto.

No dia 11 do mesmo mês, quinta-feira, um corpo, em estado de decomposição, foi avistado preso em folhagens do Rio Maguari, passando o trecho do Parque dos Igarapés. Um vídeo compartilhado pelas redes sociais, gravado por um dos tripulantes de uma embarcação de pequeno porte, mostra a vítima presa nas árvores do rio de bruços com uma camisa e calça preta. Entretanto, a equipe de resgate só foi até o local no dia 12, sexta-feira.

No dia 26 de agosto, a família de Bruno recebeu o resultado do exame de DNA feito no corpo encontrado no Rio Maguari, confirmando o parentesco. Dois dias pós, em 28 de agosto, o corpo de Bruno foi sepultado. Entretanto, desde o dia 12, quando foi encontrado no rio, uma perícia foi iniciada para tentar compreender as causas da morte e dar seguimento nas investigações. O resultado deste trabalho ficaria pronto entre 30 e 40 desde então, completando o 30º dia nesta segunda-feira, 12 de setembro.

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