Biólogo é preso por estupro de vulnerável em Marabá
Noé von Atzingen se entregou na última segunda-feira (19) para cumprir pena por um crime praticado em 2015.
Biólogo renomado nas regiões sul e sudeste do Pará, Noé Carlos Barbosa von Atzingen está preso e foi recolhido ao Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (CRAMA), em Marabá, no sudeste do Estado. A notícia se espalhou rapidamente, já que o aposentado de 72 anos é figura bastante conhecida na cidade. Contra ele, pesa a acusação de estupro de vulnerável, pelo qual Atzingen foi sentenciado em 2017 a cumprir pena de oito anos em regime semiaberto.
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No entanto, antes mesmo da condenação, o paradeiro dele já era desconhecido. O mandado de prisão executado esta semana foi expedido em 31 de julho de 2022, cinco anos após a sentença. A Polícia Civil confirmou que Noé von Atzingen se apresentou espontaneamente na última segunda-feira (19), acompanhado por um advogado. Segundo informações do Correio de Carajás, pessoas ligadas ao acusado afirmam que ele não estava foragido e vivia no Tocantins.
Natural da cidade de Rio Claro (SP), Atzingen é formado em biologia pela Universidade de São Paulo (USP). Por meio do Projeto Rondon, ele chegou ao interior do Pará em meados de 1975. Suas pesquisas o levaram a descobertas importantes, como duas espécies de vetores da doença de Chagas, além de contribuições para identificação de seis novas espécies de orquídeas amazônicas. Noé von Atzingen também é membro-fundador da Academia de Letras do Sul e Sudeste Paraense, pertence à Sociedade Brasileira de Espeleologia, foi duas vezes presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá e chegou a ser secretário municipal de Cultura.
Acusação
O caso que levou à condenação do biólogo envolve um adolescente de 12 anos de idade que, segundo os autos da sentença, teria ocorrido em abril de 2015. O jovem caminhava entre o núcleo Morada Nova e um balneário na vila Murumuru, quando o acusado lhe ofereceu uma carona. Logo, o menino foi tocado de forma "íntima" por Atzingen e foi levado para a área conhecida como Reserva Ambiental Murumuru, onde residia o biólogo. Os abusos teriam continuado nas dependências da casa, onde o ato libidinoso foi consumado.
Depois disso, o menino teria sido levado ao balneário do Murumuru pelo acusado, que ainda deu ao jovem uma nota de R$ 20 e o ameaçou para que ele não contasse a ninguém sobre o que ocorreu. No entanto, a vítima acabou por contar à irmã sobre a violência sofrida. O relato dela e do policial militar que atendeu a família do menino no dia do ocorrido foram determinantes para a condenação do biólogo.
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