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Acidente com policiais civis: defesa alega que motorista fugiu para 'resguardar integridade física'

Agildo de Sousa, de 40 anos, foi preso na manhã desta quarta-feira (28) na casa de familiares, em Irituia, nordeste do Pará

O Liberal

Faulz Sauaia, que também faz parte da defesa do motorista de aplicativo Agildo Soares de Sousa, de 40 anos, declarou que o cliente tinha intenção de se entregar à polícia na quarta-feira (28) e ele apenas fugiu da cena do crime com medo de apanhar. O suspeito foi deitido, por volta de 8h desta quarta-feira (28) na casa de familiares em Irituia, cidade município distante a mais de 120 quilômetros de Belém, local onde o caso ocorreu. A polícia informou que o condutor deve ser autuado pelos crimes de duplo homicídio na modalidade de dolo eventual, lesão corporal grave ou gravíssima, dependendo do que apontar o laudo pericial, e também omissão de socorro. 

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A defesa do condutor não soube dizer do que se trata esse processo criminal que o cliente vem respondendo na Justiça

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Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Pará (PCPA), Walter Resende, o condutor do veículo deve responder por duplo homicídio na modalidade dolo eventual, lesão corporal grave ou gravíssima, e omissão de socorro

“Entendemos que quando ele somente saiu para resguardar integridade física dele naquele momento. As vítimas são policiais e ele não sabia a questão da população sobre esse acontecimento. Ele (Agildo) é uma pessoa do povo, humilde, trabalhadora, motorista de aplicativo e pai de família. O que ele fez, naquele momento, foi tão somente resguardar a sua segurança. O nosso entender é que, de forma alguma, ele se evadiu para não prestar socorro. Inclusive, a tipificação penal da omissão de socorro, prevê que a pessoa tem que prestar ajuda quando ela puder. Naquela situação, ele não tinha como”, pontuou Faulz. 

O veículo, que supostamente o motorista dirigia, se trata de um Volkswagen Voyage prata e foi apreendido na noite de terça-feira (27) no bairro de Águas Lindas, na casa onde ele mora, em Ananindeua. 

Segundo a polícia, Agildo que motorista de aplicativo, tinha acabado de deixar um passageiro em supermercado próximo, quando aceitou outra corrida e cometeu a conversão irregular.

Agildo responde na Justiça por outro acidente de trânsito

O delegado Luis Xavier disse aos jornalistas, durante a coletiva de imprensa na Delegacia Geral da Polícia Civil, localizada no bairro de Nazaré, na capital paraense, que Agildo responde na Justiça a outro processo criminal de acidente de trânsito.

Segundo o titular da DH, o crime em que o motorista é acusado ocorreu com o mesmo veículo envolvido na morte do investigador Homero Gois e Silva de Souza e a escrivã Rejane Maria Oliveira da Silva na última segunda-feira (26). Luis aponta que o processo, reforça a imprudência de Agildo no volante.

“Ele (Agildo) responde a um crime de trânsito similar a esse e inclusive no mesmo veículo. Ou seja, ele é uma pessoa totalmente imprudente. No automóvel dele, a gente não conseguiu identificar, de maneira prévia, nenhum tipo de batida. Pelas imagens que circulam nas redes sociais, o policial (Homero) tentou evitar a colisão e, infelizmente, perdeu o controle do veículo vindo a colidir com o muro da Estação do BRT. O suspeito se evadiu do local do acidente e foi encontrado na casa de familiares em Irituia”, relatou Xavier.

A redação integrada de O Liberal tentou conversar com a advogada criminalista Ilca Moraes, que faz parte da defesa do condutor, mas ela não soube informar do que se trata o acidente em que Agildo vem respondendo. “Na realidade, o fato dele, supostamente, responder a esse processo, porque nós não tivemos acesso a essa informação não diz que ele teria cometido. É um outro procedimento que está em apuração”, disse Ilca.

Polícia não comentou sobre velocidades dos dois veículos e se policias usavam cinto de segurança

No desenrolar da coletiva de imprensa, a polícia não se retratou sobre a velocidade que a viatura da PCPA seguia pela avenida Augusto Montenegro, assim como o veículo supostamente dirigido por Agildo. Os delegados também não falaram se os policiais civis, que estavam dentro da viatura, utilizavam cinto de segurança no momento da colisão.

Delegada-geral adjunta fala sobre uso da via expressa do BRT

Daniela Santos, a delegada-geral da PCPA, explicou que a viatura tinha saído da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) do distrito de Icoaraci, com destino à Polícia Científica do Pará (PCEPA), para que o custodiado, que estava dentro do automóvel, realizasse exame de corpo de delito e depois fosse direcionado ao sistema penitenciário. Ela foi questionada se era correto o uso da viatura da Polícia Civil na via expressa do BRT. Daniela afirmou, diante da situação apresentada, os policiais podiam utilizar a pista e não se trata uma infração por parte dos agentes de segurança.

“Nós estávamos em serviço, em uma viatura caracterizada. Os policiais trajavam o uniforme policial. Isso nos permite o uso da via expressa do BRT. Filmagens de circuitos de vigilância próximo do local do acidente evidenciam a impossibilidade até de uma frenagem por parte do policial, por conta de ter sido tão brusca e irregular a entrada irregular do motorista (Agildo) faz, de forma totalmente indevida. O local que ele fez isso não era um retorno.

Relembre o acidente

Por volta das 16h, Homero, Rejane, Clayton e o preso Bruno tinham saído da DEAM de Icoaraci para deixar o custodiado na PCEPA, que após os procedimentos legais, ficaria à disposição da Justiça.

A viatura seguida pela pista expressa do BRT, sentido Belém, quando Agildo, que estava sozinho no Voyage prata, adentrou na via. O veículo da PCPA ainda desviou da colisão, mas acabou perdendo o controle e colidindo contra o muro da Estação do Tapanã, localizada na confluência entre os bairros do Coqueiro, Parque Verde e Tapanã.

Clayton e Bruno seguem hospitalizados e não há atualizações sobre o estado de saúde deles. Agildo ainda permaneceu poucos segundo no local do acidente e depois fugiu pelo outro lado da avenida.

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