A cada dia, 2 furtos de cabos elétricos são registrados em Belém
Foram computados na capital 825 casos em 2023 e 959 em 2022, informou a Segup
A cada dia, dois furtos de cabos elétricos são registrados em Belém. Em números gerais, foram computados na capital 825 casos em 2023 e 959 em 2022. As informações são da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado.
A Segup não detalhou se esses cabos elétricos são usados em semáforos, na rede de telefonia ou nos postes de iluminação pública. E também afirmou que não produz ranking de bairros ou cidades com o maior número de casos dessa natureza para não estigmatizar municípios, populações ou regiões.
Em alguns pontos da cidade há fios e cabos que caem e ficam espalhados pela via pública. Ou, então, ficam enrolados nos postes de energia. É bem possível que, em alguns casos, isso seja resultado desses furtos. A reportagem da Redação Integrada de O Liberal flagrou essa situação em alguns endereços de Belém: avenida Almirante Barroso com travessa Antônio Baena; avenida Assis de Vasconcelos com rua Tiradentes (em frente à praça da República); avenida Governador José Malcher com a travessa Dr. Moraes (em frente ao Palacete Bolonha) e na rua dos Pariquis com travessa Quintino Bocaiúva.
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Procurada para comentar o assunto, a Equatorial Pará informou, nesta quarta-feira (31), que enviará uma equipe técnica aos locais citados para avaliar a fiação exposta. "No entanto, geralmente, essas situações são causadas por fios de telecomunicação", afirmou.
A empresa acrescentou que as ações de instalação, manutenção e retirada dos cabos de empresas de telecomunicação (internet, TV à cabo, fibra óptica e telefonia fixa), que compartilham o uso dos postes de energia, são de responsabilidade dessas empresas, de acordo com a norma técnica estabelecida.
Também informou que, quando há alguma ação de manutenção ou retirada de postes por parte da Equatorial, as empresas são notificadas por e-mail e grupos de comunicação, para que as fiações sejam ajustadas. E acrescentou que a distribuidora de energia é um agente fiscalizador. "Quando identificada alguma irregularidade técnica, é realizada a notificação às empresas responsáveis para que executem a regularização", afirmou.
É preciso punir os receptadores desses produtos furtados, diz especialista
Mestre em segurança pública, Roberto Magno disse que o furto de cabos de cobre é um fenômeno cada vez mais comum registrado nas ruas da região metropolitana de Belém. “Isso só ocorre de maneira cada vez mais frequente porque, por trás das pessoas que furtam, há pessoas físicas e jurídicas que alimentam essa economia ilícita”, afirmou.
Ou seja, por meio de um crime chamado de receptação, há aqueles que readquirem esse produto obtido de maneira ilegal. “Então, se existe uma pessoa que furta, é porque existe uma pessoa que vai readquirir aquele produto ilegalmente furtado ao invés de buscar a aquisição do cobre da maneira legalmente estabelecida sob os devidos controles”, disse.
Roberto Magno afirmou que garantir o combate a essa modalidade de furto perpassa, em primeiro lugar, pela compreensão de quem o readquire, sendo importante que haja a devida punição também a essas pessoas. “O nosso Sistema Integrado de Segurança Pública e Defesa Social já entendeu que esse crime traz consequências gravíssimas”, observou.
“Além de estar sujeitando pessoas, mesmo criminosas, a situação de risco social – e que, se acidentadas nos cabos de energia, vão gerar custos ao Sistema Único de Saúde -, ali estamos falando de pessoas que estão mexendo em fiação. E isso pode gerar acidentes para terceiros que estão ali transitando”, acrescentou.
Fora os inúmeros inconvenientes de suspensão de energia elétrica, de serviços de telefonia que podem ser causados a partir dessa mocidade ilícita. “É algo que merece uma atenção especial. Embora pareça, em um primeiro momento, um crime relativamente trivial, é algo pode trazer danos graves à saúde e ao regular funcionamento econômico da nossa sociedade”, disse Roberto Magno.
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