VÍDEO: algas marinhas Sargaço tomam conta da praia do Atalaia, em Salinas

Especialista explica o fenômeno chamou a atenção de banhistas e moradores; entenda

Eva Pires | Especial para O Liberal
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Um vídeo que começou a circular nas redes sociais nesta quarta-feira (19) mostra a presença em grande quantidade de algas marinhas da espécie Sargaço na praia do Atalaia, em Salinópolis, nordeste do Pará. O fenômeno chamou a atenção de banhistas e moradores, que se surpreenderam com a coloração escura e a extensa área tomada pelo material orgânico na faixa de areia e na água. Também por meio de vídeos que circulam nas redes, é possível ver que vários peixes morreram. A Prefeitura de Salinópolis informou que a Secretaria de Meio Ambiente, em conjunto com a Secretaria de Limpeza Urbana, já iniciou o recolhimento do material orgânico na região.

O Sargaço é uma alga marrom do gênero Sargassum, comum em regiões tropicais, especialmente no Mar dos Sargaços, no Oceano Atlântico. A espécie geralmente habita áreas de alto mar, mais distantes do litoral. Entre 2014 e 2015, houve um aumento da proliferação do Sargaço em trechos da costa brasileira, entre eles a região amazônica.

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Espécie também é apta para o consumo e costuma ser comercializada na Feira da 25, em Belém. Monitoramento sistemático do crustáceo ainda é limitado no Pará, segundo pesquisador do Museu Goeldi.

José Alberto Pires Júnior, biólogo e mestre em meio ambiente pela Universidade Federal do Pará (UFPA), explica que diversos fatores podem estar contribuindo para o fenômeno. Entre eles, a eutrofização (acúmulo de matéria orgânica), o aquecimento das águas oceânicas e as mudanças climáticas, que afetam o equilíbrio das cadeias alimentares das quais essas algas fazem parte. Ele também aponta que atividades humanas podem intensificar o processo.

“A proliferação dessas algas, já que são flutuantes, pode influenciar negativamente no ecossistema, pelo fato de obstruir a passagem de luz e alterar a fotossíntese de algas que habitam o estrato inferior. A decomposição das mesmas permite a proliferação de bactérias nocivas ao ambiente, além de liberarem ácido sulfúrico e arsênico, deixando a faixa de areia da praia inóspita neste período de decomposição”, detalha o especialista.

Ele ressalta que uma das formas de evitar a proliferação excessiva dessa alga nas praias é reduzir o lançamento de efluentes no mar e minimizar interferências no equilíbrio da cadeia alimentar à qual elas pertencem.

Mortandade de peixes e limpeza

Além da presença do Sargaço, novas imagens compartilhadas nas redes sociais mostram que vários peixes morreram na praia do Atalaia. Equipes da prefeitura já estão trabalhando para remover o material orgânico acumulado na região.

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