Algas em Salinas: imagens impressionantes mostram praia do Atalaia totalmente tomada por Sargaço
De acordo com relatos nas redes sociais, moradores de Salinas apontam que as algas já tomam conta de todos os 14 km de litoral

Algas marinhas da espécie Sargaço já cobrem grande parte da praia do Atalaia, em Salinópolis, no nordeste paraense. Imagens que circulam nas redes sociais desde esta quarta-feira (19) mostram a grande quantidade de material orgânico espalhado pela faixa de areia e pela água, chamando a atenção pela coloração escura e pela extensão do fenômeno, em Salinas.
De acordo com relatos nas redes sociais, moradores de Salinas apontam que as algas já tomam conta de todos os 14 km de litoral do município - em uma extensão que vai desde a praia da Sofia até a Ponta do Espardate. Ainda nos registros compartilhados na internet, um vídeo aéreo mostra toda a extensão tomada pelo Sargaço.
Na última terça-feira (19), a Prefeitura de Salinópolis informou que a Secretaria de Meio Ambiente, em conjunto com a Secretaria de Limpeza Urbana, já iniciou o recolhimento do material orgânico na região.
Proliferação
O Sargaço é uma alga marrom do gênero Sargassum, comum em regiões tropicais, especialmente no Mar dos Sargaços, no Oceano Atlântico. A espécie geralmente habita áreas de alto mar, mais distantes do litoral. Entre 2014 e 2015, houve um aumento da proliferação do Sargaço em trechos da costa brasileira, entre eles a região amazônica.
Ecossistema
José Alberto Pires Júnior, biólogo e mestre em meio ambiente pela Universidade Federal do Pará (UFPA), explica que diversos fatores podem estar contribuindo para o fenômeno. Entre eles, a eutrofização (acúmulo de matéria orgânica), o aquecimento das águas oceânicas e as mudanças climáticas, que afetam o equilíbrio das cadeias alimentares das quais essas algas fazem parte. Ele também aponta que atividades humanas podem intensificar o processo.
Pires diz que a proliferação dessas algas pode impactar o ecossistema ao bloquear a luz, prejudicando a fotossíntese das algas inferiores. Sua decomposição favorece bactérias nocivas e libera substâncias tóxicas, tornando a faixa de areia inóspita.
Ele ressalta que uma das formas de evitar a proliferação excessiva dessa alga nas praias é reduzir o lançamento de efluentes no mar e minimizar interferências no equilíbrio da cadeia alimentar à qual elas pertencem.
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