Verão 2024: saiba como prevenir acidentes e evitar riscos durante banho de rio

O Tenente Oziel, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), lista orientações de como aproveitar esse momento de forma correta

Gabriel Pires
fonte

O Pará é cercado e banhado por rios e, com a chegada das férias escolares e do "verão amazônico", muitas famílias procuram esses locais como opção de diversão, principalmente na região do interior do Estado. No entanto, é fundamental adotar medidas de segurança para garantir um lazer sem acidentes. Os cuidados devem ser redobrados com as crianças, por serem mais vulneráveis. Por isso, o Tenente Oziel Melo, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), lista orientações de como aproveitar esse momento de forma correta.

A correnteza é um dos principais fatores de risco nos rios, o que reforça a importância de se prevenir, como pontua o tenente do CBMPA: “O primeiro cuidado é que, se eu não sei nadar, que eu não me lance nessa aventura de tomar banho em águas abertas. Então, primeiro ponto: precisa saber nadar [para entrar na água]. E, mesmo que eu saiba nadar, o correto é evitar longas distâncias. E ainda, evitar ir para onde tem correnteza forte e locais desconhecidos e rios os quais eu não conheço”, alerta.

Ele comenta, ainda, que, devido à grande dimensão do Estado, não é possível listar de forma mais pontual os rios mais perigosos e mais fundos, mas reafirma os cuidados. De acordo com o tenente, as pessoas também precisam atentar-se à geografia do local e saber se o rio é fundo demais, a fim de evitar acidentes, afogamentos e, em casos mais graves, até a morte. Entre outras recomendações, não é correto saltar de locais altos, como trapiches, embarcações ou árvores. E também é ideal usar coletes salva-vidas - homologados pela Marinha do Brasil - ao atravessar o rio em barcos.

Cuidado com animais

“Outro fator de risco [ao banhar em rios] são os seres marinhos, os peixes, anfíbios, répteis e tudo mais, que podem provocar algum dano ao ser humano. Entre esses animais, arraias, poraquês, que são as enguias elétricas, e o próprio bagre. Esses peixes podem ferrar e perfurar [a pele do banhista]. Além da correnteza, a fauna da região pode interferir e ser mais um potencial risco para o usuário”, explica o tenente.

Oziel destaca que os rios têm grande incidência de avistamento de animais específicos. “Em nossa região amazônica, as cobras, as piranhas e os jacarés têm grande incidência, pois são endêmicos. Na maioria dos rios, temos incidência de algumas dessas espécies. Em relação às piranhas, são comuns nos rios do Marajó, porque esse peixe é endêmico dessa região, assim como os jacarés, as sucuris e as jiboias. Na região do sul do Pará, também temos conhecimento da incidência desses animais”.

“É difícil observar esses animais aqui nas proximidades da Região Metropolitana ou nas praias, como Salinas, Ajuruteua e Algodoal. Mas, nos rios e nas ilhas, são bem comuns, porque [o rio] é o habitat dos animais”, enfatiza o tenente do CBMPA. “Então, o fundamental é chegar nesses locais e se informar a respeito se tem ou não acontecido acidentes com certos tipos de animais, o que já acende um alerta para saber se vale se lançar nessa aventura ou não”, recomenda Oziel.

Crianças

O cuidado com as crianças nesses locais também é importante, como pontua o tenente. Ele alerta que, em muitos casos, é comum os pequenos serem deixados livres nesses espaços e chama atenção para a necessidade de vigilância redobrada. “A gente costuma dizer que a criança deve ficar sempre à distância de um braço do seu responsável, onde, no menor sinal de perigo, se consiga acessar essa criança, segurá-la e não deixar que ela se exponha a um risco”, relata.

“Orientamos aos pais que, ao chegar nos balneários, mantenham a atenção 100% nas suas crianças, não as deixem soltas, não as deixem ir com o coleguinha em certos lugares. E precisam estar sob supervisão e responsabilidade direta dos pais, que, muitas vezes, vão para os balneários, vão se divertir e esquecem das crianças, ingerem bebida alcoólica, perdem o seu nível de reflexo, de consciência. Muitas das vezes, expõem as suas crianças a um risco potencial”, acrescenta o tenente.

Alimentação

Em meio à diversão, outra prática bastante comum é pular no rio após a alimentação, o que, segundo o tenente Oziel, pode desencadear problemas. “Algumas pessoas acham que é mito [o risco], mas não. Quando a gente se alimenta, o nosso organismo precisa fazer a digestão. E para fazer isso, o corpo canaliza o sangue para o sistema digestório”, frisa o oficial do Corpo de Bombeiros, ao recomendar alimentos leves para quem decide nadar após a alimentação.

“Portanto, quando eu vou tomar banho ou fazer qualquer outra atividade física, que requer um esforço físico, entre elas nadar, eu canalizo o sangue do meu corpo, também, para essa atividade, para o sistema muscular. Nesse momento em que se acaba de almoçar e se vai nadar, cria-se uma briga no organismo entre o sistema digestório e o sistema muscular, uma briga por sangue. Com isso, provoca o mal-estar, má digestão, a congestão”, completa o tenente.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ