Veranistas mostram maior conscientização ambiental para futuras visitas na praia do Atalaia

A praia do Atalaia, em Salinópolis, no nordeste do Pará, recebeu milhares de turistas, e agora é o momento de garantir que o local permaneça preservado e limpo para futuras visitas

Fabyo Cruz
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As férias escolares estão chegando ao fim, e com elas surge a necessidade de limpar o que foi sujado durante a temporada. A praia do Atalaia, em Salinópolis, no nordeste do Pará, recebeu milhares de turistas, e agora é o momento de garantir que o local permaneça preservado e limpo para futuras visitas. Para a maioria dos veranistas entrevistados pela reportagem, houve uma redução na quantidade de descarte irregular de resíduos sólidos, se comparado com os últimos anos. Os frequentadores disseram ter boas expectativas para o próximo verão.

O médico Johnny Kopeginski, 49 anos, que visita Salinas todos os anos com a família, elogiou as ações de educação ambiental que ele presenciou neste ano na praia e comentou sobre a importância de conscientizar as próximas gerações.  “Conscientização é isso. É você passar de geração para geração, transformando, fazendo algo diferente e algo para o meio ambiente, que é necessário. A COP 30 está chegando, e nós precisamos ter as nossas praias cada vez mais limpas para receber os turistas que virão para cá”, disse o veranista.  

image Educação ambiental é fundamental para as próximas gerações, diz Johnny Kopeginski (Foto: Ivan Duarte/O Liberal)

A professora Daniele Souza, 41 anos, outra frequentadora assídua da praia do Atalaia, também destacou a importância da conscientização para as futuras gerações: "As pessoas devem tomar consciência de que devemos manter essa praia limpa para gerações futuras, porque o descarte do lixo indevidamente nas praias vai prejudicar a fauna, vai poluir o mar e fora que fica muito feio né. A gente gosta de frequentar a praia, e ter lixo não é nada confortável”. 


Ações de conscientização


Para os veranistas entrevistados houve uma redução significativa na quantidade de lixo, em comparação aos anos anteriores, graças às campanhas de conscientização e ao aumento da participação popular nas ações de limpeza. A expectativa deles é que essas iniciativas se tornem permanentes, visando manter a praia limpa não apenas durante a alta temporada de julho, mas ao longo de todo o ano.

image Ideflor-bio distribue “lixocar” e desenhos alusivos à educação ambiental para crianças (Foto: Ivan Duarte/O Liberal)

No último fim de semana de julho, uma equipe técnica do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) realizou uma ação de educação ambiental, na praia do Atalaia, com objetivo de sensibilizar a população sobre práticas sustentáveis e a preservação do meio ambiente local. Durante a atividade, foram distribuídos o “lixocar”, como também são conhecidos os sacos plásticos para carro, além de desenhos alusivos à educação ambiental para crianças.

UFPA na linha de frente

O Laboratório de Hidráulica Ambiental (Hidrolab) da Universidade Federal do Pará (UFPA) intensificou suas atividades de monitoramento de resíduos sólidos no município de Salinopólis durante o mês de férias, concentrando esforços especialmente na praia do Atalaia. A região é conhecida pela poluição causada pelo grande número de veranistas nesse período.

Segundo o coordenador do projeto, professor Vando Gomes, houve uma redução na quantidade de lixo nas praias em 2024 em comparação com anos anteriores. No entanto, ele destaca que o volume de resíduos ainda está longe do ideal.

"2023 foi um absurdo o que vimos, não tinha como ser pior, portanto, evoluímos sim, mas estamos longe do ideal. Encontramos milhares de garrafas long neck e sacolas plásticas espalhadas pelas extensas faixas de areia da praia", afirma Gomes.

O professor acredita que a recente proibição dos chamados 'paredões de som', que ocorreu apenas no último final de semana das férias, foi um fator crucial para a diminuição dos resíduos e deve ser repetida nos próximos anos. "A maioria do lixo é jogada na praia por veranistas que frequentam as festas com paredões que ocorrem de madrugada, foi notável a diminuição, deveria ter sido criada desde o início, pois não é só a poluição, ali existe todo um ecossistema que fica abalado durante este período", explica.

O projeto, denominado "Subsídios para a Execução de Obras de Restauração Costeira e de Implantação de Infraestrutura para o Desenvolvimento Turístico Sustentável de Salinópolis, PA", é financiado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (FAPESPA). Conta com a participação de seis docentes, 11 bolsistas e vários voluntários, principalmente alunos da instituição.

Durante o mês de julho, foram retiradas mais de três toneladas de resíduos das praias de Salinopólis, evidenciando a necessidade contínua de monitoramento e ações de conscientização ambiental para a preservação da região.

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