Tempo de espera para transplante de córnea cai de 1 ano e meio para 5 meses no Pará

Nos últimos 2 anos, o Pará realizou 1.035 transplantes de córnea pela rede pública

Dilson Pimentel
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O tempo de espera para transplante de córnea, na rede pública do Pará, diminuiu para cinco meses. Nos últimos dois anos, o Estado realizou 1.035 transplantes de córnea pela rede pública. Em 2024 foram captadas 692 córneas e realizados 516 transplantes. Em 2023, o número de córneas captadas foi de 700 e houve 519 transplantes. As informações foram divulgadas pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Coordenador da Central de Transplantes do Estado, o médico Alfredo Abud disse que o transplante de córnea é substituição da córnea, que é parte do globo ocular danificada. Ela pode estar danificada por uma lesão traumática ou por alguma doença.

A captação da córnea é realizada em vários hospitais da região metropolitana de Belém e do interior do Estado. Hospitais que têm médicos ou enfermeiros habilitados a realizar o procedimento. “O Hospital Metropolitano, a Santa Casa, o Hospital Ophir Loyola (HOL) e o Hospital de Clínicas, entre outros, são hospitais referência para a captação da córnea”, disse. A Central de Transplantes do Estado também tem uma parceria com o Instituto Médico Legal. É que a córnea é considerada um tecido e esse tecido pode ser removido em pacientes com o coração parado. “É um pouco diferente no caso de órgãos sólidos, em que o paciente precisa estar com o coração em batimento. A córnea, em particular, pode ser removida para doação com paciente com o coração parado”, disse o médico Alfredo Abud.

Quanto à realização do transplante, as três principais referências pelo SUS, na região metropolitana de Belém, são o Hospital Oftalmológico Cynthia Charone, o Hospital Bettina Ferro e o Hospital Ophir Loyola. Em números atuais, há 805 pacientes na fila do transplante de córnea, no Pará. E o tempo de espera diminuiu muito ao longo dos últimos 3 anos pós-pandemia. “Antes, o paciente na fila aguardava até 5 anos. Ano passado, a estimativa era de um ano e meio. E, atualmente, essa espera está com uma média de 5 meses”, afirmou.

As duas principais indicações de prioridade, na fila do transplante de córnea, são a lesão traumática da córnea e quando a pessoa acabou de fazer um transplante e ocorreu a rejeição do tecido, que precisa ser substituído.

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Córnea captada passa por uma avaliação no banco de tecido ocular

O médico Alfredo Abud também afirmou que houve um aumento no número de doações. “De 2022 para 2023, tivemos um avanço muito grande. Quase quadruplicamos o número de transplantes realizados. Em 2023, chegamos a zerar a fila. E continuamos mantendo esse padrão alcançado em 2023”, completou. Uma vez a córnea captada, não necessariamente ela vai ter condição para ser ofertada para um receptor. Essa córnea captada passa por uma avaliação no banco de tecido ocular, onde é feita a análise da qualidade dessa córnea.

Mas a córnea não pode ser doada em vida. “A gente só consegue captar córnea ou ser um doador de córnea após a morte. Essa morte pode ser encefálica, aquela em que ocorre a parada de funcionamento do cérebro, porém os órgãos continuam em funcionamento por conta do bombeamento cardíaco, ou pode ser também com paciente com parada cardíaca, em que essas córneas são captadas em um prazo de seis horas a 12 horas em média”, explicou.

Para a pessoa se tornar um doador de córnea, basta manifestar em vida para os seus familiares da vontade que, após o óbito, seja doadora de órgãos e tecidos. “Então, o simples fato de verbalizar para a família, deixar a família consciente da vontade em vida de ser um doador, é o suficiente: não precisa de nenhum documento, nenhum registro oficial que esse paciente seja doador”, disse o médico.

Há também a plataforma digital Aedo, cujo aplicativo pode ser baixado no smartphone. O Aedo é uma forma eletrônica de autorizar a doação de órgãos, tecidos e partes do corpo humano. Realizada essa autorização, em caso de necessidade, seu médico poderá acessar e agir de acordo com a declaração.

 

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