Sespa investiga caso de polio em criança no Pará

De acordo com a Sespa, paciente é de Santo Antônio do Tauá, nordeste do Pará. Secretaria diz ainda que o Ministério da Saúde foi notificado e também acompanha o caso

O Liberal
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O Ministério da Saúde (MS) informou, no início da noite desta quinta-feira (6), que enviou uma equipe ao Pará para investigar um caso de Paralisia Flácida Aguda (PFA), em Santo Antônio do Tauá, nordeste do estado. O paciente é uma criança de 3 anos. O ministério ressalta que, de acordo com informações enviadas pela Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), o caso pode estar relacionado a um evento adverso ocasionado por vacinação inadequada e não se trata de poliomielite. Ainda segundo a nota do MS, “não há registro de circulação viral da poliomielite no Brasil”.

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Ainda segundo nota do MS, não há registro de circulação viral da poliomielite no Brasil

O ministério destacou que a vacinação contra a pólio por via oral, com as gotinhas, só está prevista no Brasil para crianças que já foram imunizadas com as três doses da vacina injetável intramuscular, o que não teria acontecido nesse caso. “O Ministério da Saúde reforça que pais e responsáveis vacinem suas crianças com todas as doses indicadas para manter o país protegido da poliomielite, doença erradicada no Brasil”.

A reportagem de O Liberal começou a apurar o caso após ter acesso a um comunicado que teria sido assinado pela Sespa e que começou a circular nas redes sociais nesta quinta. A comunicação de risco diz que “...o caso segue em investigação conforme o que é preconizado no Guia de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. A Sespa ressalta que presta toda a assistência ao paciente, que se recupera em casa, bem como, atua para a rápida investigação e esclarecimento do caso. O Ministério da Saúde foi notificado hoje e também acompanha o caso”.

“De acordo com o levantamento das informações epidemiológicas, a criança apresentou manifestação clínica no dia 21 de agosto de 2022 com febre, dores musculares, mialgia e quadro de PFA com comprometimento e redução motora nos membros inferiores com progressão de 24 horas após receber as vacinas Tríplice Viral e VOP”, diz o comunicado de risco da Sespa.

Ainda no comunicado, “No dia 12 de setembro de 2022, a responsável pela criança compareceu a Unidade Básica de Saúde do município, onde relatou que no dia 21 de agosto, um dia após a vacinação, apresentou dor no membro inferior direito e andava mancando e que, a partir do dia 10 de setembro, o mesmo perdeu a força nos membros inferiores não conseguindo se manter em pé”.

Uma equipe da Vigilância Epidemiológica de Santo Antônio do Tauá visitou a casa da família e constatou que a criança estava com o esquema de vacinação contra a polio irregular. “Quanto ao histórico vacinal da criança, foi verificado que estava incompleto e que a criança não recebeu as doses da VIP previamente. Ao analisar a carteira, a criança possuía duas doses de VOP, o que está em desacordo com as normas do PNI”.

Somente após a coleta de fezes e análise laboratorial, a confirmação do caso da doença chegou na terça (4) e o comunicado de risco emitido no dia seguinte.

Entenda o que é a gravidade da poliomielite

A polio é uma doença altamente contagiosa causada pelo poliovírus selvagem, sendo uma doença em processo de erradicação. Há também a poliomelite associada ao vírus vacinal (vaccine-associated paralytic poliomyelitis, VAPP), ou poliomielite pós-vacinal, que se caracteriza pelo desenvolvimento da doença, pós-exposição de vacina (o caso criança de Santo Antônio do Tauá).

A doença ocorre de forma idêntica a que ocorre com o vírus selvagem, com a possibilidade de gerar sequelas motoras definitivas. O modo de transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, por meio de gotículas de secreções (ao falar, tossir ou espirrar), pela via fecal-oral (mais frequente), por alimentos, objetos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores. Possuir uma condição de habitação precária e sem saneamento básico pode favorecer a transmissão do poliovírus.

"Não há tratamento específico para a poliomielite. Todos os casos devem ser hospitalizados e monitorados, com o tratamento de suporte, de acordo com o quadro clínico do paciente", destaca o comunicado da Sespa.

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