Ser um mano empático

Que tal tirar a empatia do papel? Essa prática é uma hidratação para a maturidade das relações

Anete Pitão/ Especial para O Liberal
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A diversidade requer atenção e conta com a nossa energia.

Cuidar das relações com respeito cria uma ponte para convivências diárias mais saudáveis; e isso reflete em um mundo mais tolerante. 

O espaço da internet é, hoje, também oportunidade pra praticar um comportamento mais empático e que colabore para um clico mais virtuoso nas relações cotidianas. 

Taí uma ótima influência digital. 

Escreve, edita, apaga tudo, escreve de novo. Pensa um pouco. Desiste. Deleta. 

Quem nunca? Às vezes uma certa insegurança, aquela preguiça de pensar em todas as tretas que brotariam dali. 

Já passou por isso? 

Talvez a internet seja o maior espaço de teste diário. 

De paciência.

De nível de tolerância. 

Verificação de respeito pelo outro. 

Dê enter e surge mais um teste, rapidinho. 

Como uma grande vitrine de julgamento binário: bonito ou feio, certo ou errado. 

É como se o departamento de coerência, ponderação e bom senso tivesse pedido férias. 

Respirar fundo antes de teclar pode ser uma saída. 

Desacelerar na hora de querer comentar sobre tudo. 

Parar e pensar um pouco mais. Ler com atenção; e não apenas com emoção.

A pressa pode liberar muita injustiça. 

Afinal: foto tem contexto, vídeo editado é recorte. E um post é um trecho e não o todo de alguém. 

Até porque, num passe de mágica, entramos em uma rede de confusão. Como um sugador de energia neutraliza nossas forças, fragiliza e troca nossa fase positiva para a versão “Socorro! O que estou fazendo aqui?!”. Já viu essa cena?

Internet parece ressaca. Depois de um “nunca mais vou beber na vida”, voltamos a bater ponto. E lá vem mais uma TretaNews.

Quem já tirou ou pensou em deixar por um tempo as redes sociais para respirar aliviado? Será que é preciso esse corte bruto? Acredito que tem outras saídas. 

Que tal tirar a empatia do papel? Essa prática é uma hidratação para a maturidade das relações, para conversas francas não-violentas, como oxigênio para trocas cada vez mais verdadeiras, genuínas e relevantes. Serve também em pequenas demonstrações e doses diárias.

Ter atenção com essa comunicação é muito importante. A escuta madura e certos filtros no diálogo são libertadores, demonstram interesse em transformar posicionamentos cheios de ruído em pontos de lucidez na jornada para guiar a renovação das relações. 

Não é potencializar o melindre. Porém, cada um deve observar com responsabilidade e assim quem sabe dar voz à gentileza.

 

Outra coisa é ficar de olhos arregalados para Fake News. Cuidado com suas fontes. Percebeu que caiu nessa cilada: Exclua. Pedir desculpas em público no ambiente digital é natural. Vamos tornar comum?

Sim, isso é zelar por sua saúde mental sua e dos outros. 

Um fato pode virar rapidamente um grande escárnio, como se não houvesse outra maneira a não ser odiar. Antes de entrar nesse efeito cascata do tema da vez: Verifique. Avalie. Pondere. 

Respeito é inspirador. 

É interessante avaliar o contexto de um conteúdo na internet para que nossa interação tenha utilidade, compreenda a diversidade e exercite o pensamento plural. 

Apresentar uma versão vulnerável sai da condição de intimidado e abre uma janela para humanização. 

Seguir nessa direção não representa livrar-se de passar raiva nas relações digitais e nem naquele papo cara a cara com um conhecido, amigo ou familiar. 

Tudo é vida em movimento e precisa das nossas atitudes para criar uma interação construtiva. No entanto, é preciso ter disposição para conectar com o outro de forma honesta e transparente. 

Compartilhe empatia online ou off-line. Em algum lugar, esses resultados vão aparecer, beneficiar e gerar uma ótima influência.  

 

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