Sarampo matou bebês Warao em Belém
Sespa confirma 14 casos da doença no Estado, sete deles na capital
São 1.935 casos confirmados de sarampo no Brasil. O maior registro da doença ocorreu nos estados do Amazonas (1.525) e de Roraima (330), de acordo com o balanço do Ministério da Saúde divulgado no último dia 3, que também apontou que outros 7.974 casos suspeitos estão em investigação. De acordo com a pasta, também existem casos isolados da doença em unidades da federação, como no Pará, com 14 casos. O Estado não registrava casos de sarampo desde os únicos três confirmados em 2010. A doença voltou a aparecer no Pará em 2018.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) confirmou que, até dia 27 de setembro, foram registrados 14 casos no Pará, sendo nove oriundos de Belém (incluindo duas mortes) e outros cinco de Juruti, oeste paraense. Também segundo a Sespa, o total de 92 casos notificados no Pará ainda permanecem sob investigação e 27 deles (30%) abrangem crianças com menos de um ano. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) confirmou que foram notificados em Belém 19 casos suspeitos de sarampo, sendo 12 investigados na população Warao, que resultaram em sete casos confirmados por laboratório e cinco descartados. Dos confirmados, dois evoluíram a óbito (dois bebês menores de um ano e fora da faixa etária de vacinação).
“Todos os casos confirmados de sarampo ocorreram em venezuelanos da etnia Warao, que chegaram dentro do período de incubação da doença, tendo passado pelos estados de Roraima e Amazonas, que enfrentam surtos de sarampo. Diante dos casos suspeitos foram aplicadas quase 600 doses de vacina tríplice viral na vacinação de bloqueio feita no local de residência e no entorno dos casos suspeitos”, informou a Sesma em nota.
Ainda segundo a Secretaria, desde o dia 21 de agosto, não há novos casos suspeitos em Belém. “A Sesma ressalta que a vacinação contra sarampo dos índios Warao foi feita com um atendimento diferenciado da rotina das salas de vacina, considerando a cultura e a rotina desta população. Todos os índios Warao estão sendo vacinados à medida que chegam ao município e é feito o agendamento das doses posteriores da tríplice viral e de outras vacinas necessárias para o grupo”, destacou a Secretaria, por meio da da Divisão de Vigilância Epidemiológica, que mantém vigilância ativa para os casos de doença exantemáticas.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA