Santa Casa do Pará registra a cura de 500 pacientes com hepatite C
SC e Sespa reforçam prevenção no Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, no Julho Amarelo
Como resultado da dedicação de profissionais de saúde e investimentos, a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, como Centro Estadual de Referência ao Tratamento de Doenças de Fígado, certificado pelo Ministério da Saúde, já registrou a cura de cerca de 500 pacientes de hepatite C, de 2016 até 2021. Essa é uma doença silenciosa e potencialmente grave, com risco evolutivo para cirrose, câncer de fígado e até necessidade de transplante do órgão.
A Santa Casa informa que, na atualidade, outros 40 pacientes recebem atendimento para controle de hepatite B. O tratamento completo de hepatites virais pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito do Governo do Estado do Pará, é uma das diretrizes de comemoração desta quarta-feira, 28 de julho, Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. O mês também, Julho Amarelo, representa uma mobilização universal para conscientização e prevenção sobre tais patologias.
Cura
A manicure Cláudia Natálica Cascaes, 50 anos, mora no bairro Curuçambá, em Ananindeua, na Grande Belém. A profissão dela é de risco para a contaminação, e Cláudia foi declarada curada de hepatite C no fim do ano passado, depois de meses de tratamento com antivirais na Santa Casa. Sem sintomas e diagnosticada no próprio Hospital, quando participou de uma campanha institucional de testes rápidos, ela se diz aliviada: “Foi um susto muito grande, mas fiz o tratamento certinho e me salvei. Digo que a Santa Casa me abriu as portas da esperança e logo da cura”, conta.
O responsável geral pelos serviços de fígado da Santa Casa, o médico Rafael Garcia, cirurgião do aparelho digestivo, destaca que antes do quadro de cirrose o prognóstico para hepatite C é excelente: “O índice de cura é de mais de 98%. É uma doença considerada grave porque a maior parte dos casos desenvolve-se para cirrose e câncer de fígado. Com o tratamento, esses riscos caem drasticamente”, explica, consolidando a importância do diagnóstico precoce.
Julho Amarelo
Na Santa Casa, uma parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), de segunda (26) até hoje (28), viabilizou testes rápidos para hepatite B e C, vacinou para hepatite B funcionários, colaboradores, pacientes e acompanhantes, bem como distribuiu preservativos, em alerta à transmissão por via sexual.
O foco dessa parceria e ações, como repassa a coordenadora de Hepatites Virais da Sespa, Marília Leão, foi divulgar a importância do diagnóstico precoce, com ênfase em medidas de prevenção. “Descobrir a tempo muda tudo, evita complicações. E é preciso que a população saiba que pela Sespa existe não só o meio de diagnóstico precoce, como o tratamento com perspectiva de cura”, resume.
Em três dias, a campanha totalizou 300 pessoas testadas para hepatite B e hepatite C de forma simultânea. Além disso, com o apoio do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) do Hospital, mais de 30 pessoas foram vacinadas com primeira dose ou dose complementar para hepatite B (o esquema inteiro é de três doses). Uma pessoa testou positivo para hepatite B, com encaminhamento direto para exames adicionais e possível tratamento na Santa Casa.
O cantor e compositor belenense Nilson Chaves, no fim do ano passado, ficou internado para tratamento de covid-19 na Santa Casa, fez os testes rápidos, com resultado negativo. “Amigos, essa campanha foi muito significativa, com a evidência do dia de hoje, Dia Mundial de Combate. É de suma relevância que possamos ter acesso a testes e vacinas, porque isso salva vidas”, afirma o artista.
Procedimentos
A Santa Casa é referência estadual em tratamento de doenças do fígado desde 2012, com certificação pelo Ministério da Saúde (MS). Em 2019, o Ambulatório do Fígado da Santa Casa foi indicado pelo governo federal, ainda, como Centro de Transplante de Fígado do Estado. A previsão é de que os procedimentos comecem em agosto, com no mínimo quatro cirurgias por mês.
O Ambulatório do Fígado e a recém-inaugurada Enfermaria Santo Expedito, exclusiva para doenças do fígado, atuam, em média, sobre três mil pacientes crônicos e mais de 120 pacientes transplantados em outros estados e residentes no Pará.
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