Rondon do Pará: agricultores familiares passam por desafios em 2022

A agricultura familiar e seu pequeno agricultor tem que lidar com as dificuldades de acesso à tecnologia e com as instabilidades do cenário econômico

Kennidi da Silva/ Especial para O Liberal
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No Brasil, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a maioria da produção alimentícia para os habitantes é feita pelo pequeno produtor do campo. A agricultura familiar é a grande responsável pela grande produção de alimentos que vão à mesa dos brasileiros. Em Rondon do Pará, no sudeste paraense, há mais de mil famílias que vivem da agricultura familiar, e que fazem o plantio e a criação de animais, como gado leiteiro, suinocultura, avicultura e piscicultura. Mas apenas 20% dessas famílias ainda não possuem assistência técnica e 10% também não têm acesso à extensão rural e linhas de crédito.

A agricultura familiar, e seu pequeno agricultor, tem que lidar com as dificuldades de acesso à tecnologia e com as instabilidades do cenário econômico, que atrapalham, por exemplo, a captação de recursos para irrigação, assistência técnica e melhoramento genético, que permitem ganhos de produtividade. No Município, fazem parte do segmento da agricultura familiar os assentados e micro produtores tradicionais.

Em Rondon do Pará, as dificuldades da agricultura familiar são as mesmas sofridas na maioria do Brasil. De acordo com feirantes da zona rural que ficam no mercado municipal, as principais dificuldades relatadas são a incidência de pragas, a necessidade de mão-de-obra qualificada; os custos de produção elevados, a falta de assistência técnica, a falta de local de produção, hoje amplamente ocupada por grandes produtores do agronegócio, a carência de recursos financeiros, entre outros. 

image Agricultura familiar é responsável por grande parte do fornecimento de alimentos (Divulgação/ Jhonne Freires)

Maria Selma de Oliveira, mãe solo, trabalha há mais de 20 anos na agricultura familiar e no mercado municipal. Para a agricultora, é difícil trabalhar sem um suporte, sem incentivo da parte dos órgãos públicos e, quando tem um suporte, nem todos são beneficiados. “Eu quero trabalhar, porém, eu não tenho um terreno bom e nem estrutura para produzir, isso acaba dificultando na produção fazendo que eu não tenha produtos para vender” diz Maria Selma.

No município, um dos grandes desafios que os agricultores encontram é o êxodo rural, onde seus filhos buscam oportunidades melhores na cidade e o campo acaba ficando nas mãos de agricultores mais velhos, que possuem uma experiência vasta, mas não se encontram com tanta vitalidade como antigamente.

image A maior parte da produção alimentícia para os habitantes é feita pelo pequeno produtor do campo (Divulgação/ Alan de Brito)

Segundo dados da Secretaria Municipal de Agricultura de Rondon do Pará, a cidade tem mais de 8 mil km² em sua extensão rural. A técnica da Secretaria, Márcia Azevedo, admite que o órgão ainda não consegue atender a todas as demandas de todas as comunidades. “A Secretaria não consegue atender de fatos todos os agricultores em sua igualdade, por sua estrutura ser relativamente pequena e nova em sua implantação, ela ainda não obtém recursos próprios e fica dependendo de repasses da administração”, ressalta Azevedo. A técnica detalha, ainda, que, atualmente, a Secretaria de Agricultura tenta reverter o atual cenário, buscando suporte de nível federal e estadual com programas, projetos e convênios para tentar suprir as demandas de uma forma mais abrangente de todas as comunidades que fazem parte da agricultura familiar do município.

Uma forma de valorizar e fomentar a agricultura familiar no município, foi a inauguração em abril de 2021, do Memorial da Agricultura familiar por meio da Lei Aldir Blanc. Em que estão expostos vários painéis sobre a história dos feirantes mais antigos do município. Esse foi um projeto de parceria da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, que planeja ser um espaço para o projeto rádio na Feira, do curso de Jornalismo.  

(Por Kennidi da Silva, discente da turma 2020 do curso de Jornalismo da Unifesspa, com orientação do prof. Antônio Carlos Ribeiro. Edição da profa, Janine Bargas).

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