Resíduos sólidos urbanos: saiba quais ferramentas de gestão podem ser aplicadas no Pará
O engenheiro ambiental Neyson Mendonça explica quais são as alternativas para enfrentar os problemas relacionados aos resíduos urbanos
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) calcula que o Brasil é um dos países que mais gera resíduos sólidos (materiais, substâncias e objetos descartados) cujo a destinação final deveria receber tratamento com soluções economicamente viáveis, de acordo com a legislação e as tecnologias atualmente disponíveis. Contudo, boa parte destes resíduos acaba sendo despejado a céu aberto, formando os problemáticos aterros sanitários, laçados na rede pública de esgotos ou até queimados. Entre esses resíduos também está o lixo domiciliar, oriundo de atividades domésticas em residências urbanas e os de limpeza urbana, oriundos da vias públicas. Estes são classificados como resíduos sólidos urbanos (RSU). O engenheiro ambiental Neyson Mendonça, coordenador do Programa de pós-graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental (PPGESA), da Universidade Federal do Pará (UFPA), destaca o papel das políticas públicas de gestão de RSU, quais são os desafios e soluções para a gerenciamento adequada de resíduos no Pará em uma entrevista exclusiva a redação integrada de O Liberal.
Qual a importância da promoção de políticas pública de gestão dos RSU?
"Nós estamos falando de saneamento, de barreiras, aprendemos agora de forma mais árdua o que é ter um invasor com o covid-19. Se não colocarmos barreiras sanitárias que envolvem água de qualidade, fazer o devido tratamento de esgoto, coletar e tratar os resíduos de forma adequada, vamos ter outros problemas com relação a doenças, isso veio realmente para ficar. Além disso, se queremos que o Estado seja um Estado desenvolvido e que tenha um atrativo cultural, precisamos estar com os nossos locais limpos, precisamos ter uma Amazônia adequada, limpa, saneada, para que essas pessoas visitem o nosso Estado."
Quais seriam os maiores desafios na gestão dos RSU na região?
"Um dos maiores desafios é tentar numa gestão que começa no município, ela conversar com o Estado e o Estado converse com a União para que este sistema ele possa ser dividido em responsabilidade nos três níveis, assim vamos conseguir implementar a gestão porque um Estado continental como o Pará exige esses esforços, são várias sub-regiões num único local, de difícil acesso, de dificuldades de logística, então só com um grande esforço a gente vai poder estar com uma disposição adequada e diferenciada. Por exemplo, fazer disposição na Ilha do Marajó é totalmente diferente daquela que ocorre no sul e sudeste do país, ela é uma ilha e pede um tratamento diferenciado."
Qual o papel da população nesse contexto?
"O papel da população é, a partir de ensinamentos educacionais, isso desde a primeira até a última série, continuar contribuindo em selecionar e valorizar os resíduos. E assim o Estado como um todo vão poder das polícitas adequadas para absorver essa nova ótica de segregação."
O que se tem de novidade no que diz respeito a gestão de resíduos sólidos?
"Nós saimos do capítulo apenas de aterro sanitário e temos hoje outros equipamentos disponíveis, como triagem manual, mecanizada, semi-mecanizada, temos sistema de gestão aeróbia, sistema de compostagem que hoje é necessário para que a gente possa valorizar o nitrogênio fósforo e adaptar as culturas que nós temos no Estado, dada a crise que nós temos de fertilizantes no setor de agronegócio brasileiro precisa-se de fontes alternativas, então tem que se fazer uma compostagem séria, técnica, para se obter desenvolvimento."
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