Região Norte tem aumento de mais de 19% nas internações de bebês por doenças respiratórias em 2023

Já no Brasil, esse crescimento foi de 24%, conforme dados do Observa Infância, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

Gabriel Pires
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As internações de bebês menores de um ano por pneumonia, bronquite e bronquiolite em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) da Região Norte aumentou 19,22% em 2023 (16.560 crianças internadas) em comparação com o ano de 2022 (13.890 internações). É o que mostram dados do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Esse cenário regional segue uma tendência nacional. No ano passado, o número de hospitalizações aumentou 24% em todo o Brasil.

Em Belém, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que o número de internações de crianças (de zero a 11 meses e 29 dias de nascidas) por pneumonia, bronquite e bronquiolite foi de 960 em 2022; 699 em 2023; e 315 até maio de 2024. Já no Pará, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em 2022, foram registradas 4.740 internações por essas doenças. 

Ainda de acordo com a Sespa, em 2023, foram registradas 4.925 internações por pneumonia e 910 internações por bronquite aguda e bronquiolite aguda em crianças da mesma faixa etária. E até maio de 2024, foram registradas 1.795 internações por pneumonia e 343 por bronquite aguda e bronquiolite aguda, também conforme o balanço da secretaria.

O pneumologista Rubens Tofolo, de Belém, explica que o Norte é uma região suscetível aos vírus respiratórios devido às oscilações climáticas. E, por isso, o grande número de casos das doenças de um ano para o outro. Ele também elenca outros fatores que podem contribuir para esse cenário: “Os altos números na região amazônica refletem o excesso de chuva e de outros agentes. E ainda, a exposição de crianças a ambientes que possam estar comprometidos com vírus e bactérias”, pontua o médico.

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Por conta desse aumento de internações, o pneumologista alerta: “No caso de crianças com menos de um ano, a atenção dos pais deve ser total e sempre alerta ao surgimento de sintomas que possam levar a uma infecção que, em questão de horas, pode se transformar em uma pneumonia. E o que mais preocupa é que esses sintomas parecem com os de uma gripe, com febre acima dos 38° e tosse com secreção”, afirma o especialista.

“No caso da bronquiolite, o bloqueio dos bronquíolos dos pulmões, causados por uma infecção viral, preocupa pela rapidez com que atinge bebês, que ficam visivelmente abatidos com dificuldades respiratórias, espirros, tosse, febre e corrimento nasal.
Em termos de riscos, esses sintomas representam um grande alerta porque podem levar a problemas mais graves como falta de oxigenação e infecções mais graves nas vias aéreas”, alerta o especialista.

image Rubens Tofolo, pneumologista (Divulgação)

Prevenção

A fim de evitar doenças como pneumonia, bronquite e bronquiolite, Rubens Tofolo destaca que é fundamental garantir uma alimentação correta, vacinação [em dia] e manter as crianças distantes de aglomerações e locais públicos. Essas medidas ajudam a fortalecer o sistema imunológico e reduzem a exposição a agentes patogênicos que podem causar essas doenças respiratórias.

“A imunização sempre será o caminho mais coerente da proteção. A vacina ajuda a proteger e a evitar a proliferação de vírus e bactérias, e de tantas doenças. Por isso, é muito importante manter o calendário vacinal atualizado e procurar sempre o posto de saúde para proteger as crianças”, reforça Rubens.

Brasil

Em todo o país, no ano de 2023 foram registradas 153 mil internações devido a problemas respiratórios, estabelecendo um novo recorde segundo a Fiocruz, com uma média de 419 internações por dia. “É o maior número registrado nos últimos 15 anos”, destacou a Fundação, em nota publicada no seu site. O estudo mostrou, ainda, que a média constatada é de 340%. Nos anos seguintes, no entanto, houve aumentos constantes, até atingir o recorde da série histórica em 2023.

As regiões que apresentaram as maiores taxas de internação no último ano foram o Sul e o Centro-Oeste. “O frio intenso e as queimadas associadas ao clima seco, respectivamente, contribuem para deixar o sistema respiratório das crianças mais vulnerável”, esclarece a Fiocruz. A Redação Integrada de O Liberal solicitou dados à Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) e à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) sobre o panorama de internações. Porém, a reportagem não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

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