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Região Norte do Brasil terá 50% mais raios do que em 2021

Especialista explica a predisposição do Pará para raios e orienta como se proteger

Camila Guimarães / Especial para O Liberal
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Não apenas as chuvas e os alagamentos têm marcado o período de inverno amazônico. Quedas de raios também têm se tornado cada vez mais frequentes e não é apenas uma impressão de quem mora na região Norte do país. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Norte corresponde a 50% das ocorrências de raios em todo o Brasil, país que já é líder no ranking mundial, com uma média de 77,8 milhões de registros de raios por ano. Neste ano, deve chega a 100 milhões de descargas elétricas e o Norte terá um aumento de 50% na previsão média de registros.

Essa liderança chama atenção pela margem numérica do Brasil em relação aos demais países do ranking: a República Democrática do Congo, segundo lugar da lista, registra, anualmente, 43,2 milhões de quedas. Em terceiro lugar estão os Estados Unidos, com 35 milhões de raios por ano.

No Pará, a expectativa é que aconteça pelo menos metade das quedas de raio de todo o país até o final de 2022. De acordo com o último balanço do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), a concentração de raios em Belém é de 15,2 por km²/ano, o que coloca a capital em 301º lugar no ranking de densidade nacional.

O coordenador do Segundo Distrito de Meteorologia do Inmet, José Raimundo Abreu, explica que, no Pará, a maior incidência de raios acontece devido a transição do período seco para o chuvoso: “nesse caso, a gente já está no período chuvoso, então janeiro provavelmente é o mês com mais incidências aqui na região. Em fevereiro deve haver uma estabilidade atmosférica maior, com raios em menor frequência”.

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Segundo o especialista, o Brasil e, especialmente, a região Norte, tem essa característica devido a sua posição geográfica, por se localizarem na faixa equatorial do globo. A existência acentuada de um período seco e outro chuvoso também colabora para a formação das nuvens com trovoadas, as chamadas cumulus nimbus.

“A faixa equatorial faz com que o Brasil e o Pará tenham maior incidência de raios. No caso do Pará, as principais regiões atingidas são o norte e sudeste, que apresentam formação de muitas nuvens cumulus nimbus, que têm base baixa, com facilidade para descargas elétricas”, explica.

Apesar de a probabilidade de uma pessoa ser atingida por um raio ser de uma em 1 milhão, com toda essa predisposição nacional para raios, o Inpe apurou que, a cada 50 mortes causadas por raios no mundo, uma acontece no Brasil, que registra 130 óbitos por ano.

Para diminuir os riscos e não fazer parte deste índice, o José Abreu compartilha as principais orientações para a população: “toda vez que você vê uma nuvem se formar rapidamente, ela está carregada de raios. O ideal é a pessoa se abrigar, sair do espaço aberto. Praia, beira de piscina, campo, áreas debaixo de árvores - todos são locais de risco”.

Quanto às estruturas elétricas das construções civis na cidade, José alerta: “é preciso ter cuidado com a aterramento de antenas de qualquer tipo. As antenas não são o problema em si, mas se não tiver um bom aterramento, é um perigo grande. Qualquer ligação dentro das casas tem que ter aterramento para descargas elétricas, senão tudo que está ligado à energia, dentro da residência, corre risco de sofrer dano”.

Outras orientações básicas para evitar atrair raios são: não tomar banho com chuveiro elétrico durante chuvas com raios e trovões; se já estiver dentro do carro, permanecer no local, evitando o contato com a lataria, já que o interior dos veículos funciona como um isolante elétrico; evitar ficar exposto em áreas abertas segurando objetos metálicos, principalmente se forem pontiagudos.

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