Programa reduz em até 99% os casos de malária em 6 cidades no Pará

Desenvolvida pela Norte Energia, a ação para controle da doença é considerada caso de sucesso pela Fiocruz

O Liberal
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Um programa de controle da malária, elaborado e mantido pela Norte Energia, conseguiu reduzir 99% dos casos da doença em seis cidades no Pará - apontam dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (Sivep), do Ministério da Saúde. A redução foi sobre os índices registrados antes da criação do programa. O feito celebra o Dia Mundial de Combate à Malária, comemorado neste 25 de abril, e chama atenção para a prevenção da doença que é endêmica no país e ainda hoje mata 608 mil pessoas no mundo.

Segundo os dados do Sivep, as ações reduziram em até 99% os casos de malária em Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio, Vitória do Xingu e Pacajá. Para o pesquisador Leonardo Carvalho, do Laboratório de Pesquisa em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o programa é um caso de sucesso.

“Isso serve de exemplo para todas as municipalidades da Amazônia que, mesmo diante de tantas adversidades e das questões ambientais, é possível controlar a doença desde que você tenha iniciativas de impacto como essa”, avaliou o pesquisador Fiocruz.

imagePara o pesquisador Leonardo Carvalho, do Laboratório de Pesquisa em Malária do Instituto Oswaldo Cruz, o programa é um caso de sucesso (Divulgação Norte Energia)

O Programa de Ação para Controle da Malária (PACM) da Norte Energia foi executado entre 2011 e 2021 e as ações contaram com a parceria das secretarias municipais de saúde, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).

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A empresa investiu cerca de R$ 46 milhões em medidas como a doação de móveis e equipamentos para os núcleos de vigilância em saúde e Unidades de Diagnóstico de Tratamento; entrega de 222 veículos, entre caminhonetes, motocicletas e voadeiras; provimento de 147.161 insumos, como mosquiteiros impregnados de inseticida, testes rápidos, lâminas, material de laboratório, microscópios; e recursos para a contratação de enfermeiros e agentes de endemias.

O resultado foi a queda histórica de ocorrências: de 10.838 casos, no ano de 2011, para 875, em 2023. Com isto, alguns dos municípios saíram da classificação de alto risco de malária (Índice Parasitário Anual - IPA maior que 50) e, atualmente, todos estão na faixa de baixo risco (IPA menor que 10) de transmissão da doença, que é endêmica da região. Pacajá, em 2011, tinha uma população de 42 mil habitantes, chegou a registrar 4.563 casos positivos, e viu o índice cair para 58 ocorrências em 2021, de acordo com o Sivep.

imageNos últimos dois anos, o programa conseguiu zerar os casos de malária originados na região da Volta Grande do Xingu (Divulgação Norte Energia)

O PACM ainda foi mantido entre 2021 e 2023 nos municípios de Altamira, Anapu, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu, por meio de um termo de compromisso firmado entre a Norte Energia e o Ibama. Nos últimos dois anos, o programa conseguiu zerar os casos de malária originados na região da Volta Grande do Xingu.

Criado para mitigar o risco de aumento da doença durante a construção da hidrelétrica, o programa deixou para a região o legado de uma rede de saúde estruturada para dar continuidade às ações de controle e prevenção, no âmbito das gestões municipais.

“O programa contribuiu para o desenvolvimento da região e levou avanços sociais e cuidados para população. As medidas implantadas, comprovadamente eficazes, podem ser multiplicadas para outras regiões do país onde a doença é endêmica”, disse Sílvia Cabral, superintendente Socioambiental, Componente Indígena e Sustentabilidade da Norte Energia.

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